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Retrospectiva 2015

Um ano com pouco a ser comemorado no Brasil e no mundo
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A agenda do impeachment

A palavra de ordem "Fora Dilma" não deu trégua

A palavra de ordem “Fora Dilma” não deu trégua em 2015. Já em 1º de janeiro, ao tomar posse em seu segundo mandato, a presidente precisou recorrer à instalação de um tapume para isolar as manifestações contra seu governo. Depois vieram os panelaços percebidos logo depois da posse – e que se tornaram ensurdecedores quando ecoaram as palavras da presidente em oito de março –, e durante todo o ano dezenas de manifestações levaram milhões de brasileiros às ruas exigindo o impeachment de Dilma. O governo protagonizou durante todo o ano uma única agenda, a de procurar se manter no poder, e paralisou o País, diante de uma crise que, além de política e econômica, é de confiança, credibilidade e expectativas.
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16.08 - PROTESTOS Em todo o País, segundo a PM, cerca de 800 mil  pessoas 
foram às ruas pedir o impeachment. Em São Paulo a manifestação reuniu 350 mil.
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01.01 - ISOLADA Na posse do segundo mandato, um tapume é montado para 
separar os manifestantes que já pediam a saída de Dilma
Fotos: Jorge Araujo/Folhapress; Edilson Rodrigues/Agência Senado

Para os amigos, a lei

A Operação Lava Jato quebrou a máxima de que no Brasil quem tem poder ou dinheiro não é punido

No ano em que o “japonês da PF” virou hit nacional, a Operação Lava Jato quebrou a máxima de que no Brasil quem tem poder ou dinheiro não é punido. A força-tarefa liderada pelo juiz Sérgio Moro, com o aval do Supremo Tribunal Federal, levou para a cadeia o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral; os maiores empreiteiros do País, entre eles Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez; o banqueiro André Esteves e também o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo muito próximo do ex-presidente Lula, que acabou confessando ter atuado como laranja para desviar recursos públicos aos cofres do PT e às campanhas petistas.
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24.11 - O PECUARISTA Bumlai, pecuarista amigo de Lula que tinha livra trânsito no 
Palácio do Planalto e frequentava a residência oficial do ex-presidente, é preso pela 
Lava Jato. Em depoimento, admitiu ter participado de esquema dpara 
desviar recursos públicos para o PT e suas campanhas
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Fotos: Paulo Lisboa/Folhapress; Reprodução Globonews; Geraldo Bubniak/Freelancer

Tempestade brasileira

Paulista conhecido como Mineirinho consolidou a nova fase do Brasil no surfe

O paulista Adriano de Souza, 28 anos, conhecido como Mineirinho (apelido que ganhou por causa da timidez), consolidou a nova fase do Brasil no surfe. Pelo segundo ano consecutivo, o País ficou com o ouro no Circuito Mundial (WCT), no Havaí. Gabriel Medina, campeão do ano passado, terminou em terceiro, mas deu um empurrão para o amigo conquistar o título. Na semifinal, quando não tinha mais chances de ser bicampeão, Medina eliminou o australiano Mick Fanning e deixou o caminho livre para Mineirinho bater o americano Mason Ho. Para completar o ano da Brazilian Storm (“Tempestade Brasileira”, como a safra de talentos do País ficou conhecida no circuito), Medina recebeu a Tríplice Coroa Havaiana e Felipe Toledo, de apenas 20 anos, foi o brasileiro com o maior número de vitórias no mundial. Com 10 anos de carreira, o novo campeão dedicou o título ao amigo Ricardinho, morto por um policial em janeiro deste ano, em Santa Catarina.
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17.12 - MANOBRA AÉREA Campeão no ano passado, Medina ajudou 
Mineirinho ao eliminar Mick Fanning na semifinal
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11.12 - TALENTO Filipe Toledo, de apenas 20 anos, foi o 
brasileiro com o maior número de vitórias no mundial
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17.12 - VETERANO Aos 28 anos, Adriano de Souza, o Mineirinho, 
levou o título do WCT, no Havaí, pela primeira vez
Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADÃO

Brasil de lama

Casas, ruas e vidas foram destruídas pelo mar de lama que desceu das barragens de rejeitos de mineração da Samarco em Minas Gerais

Foi quase como um tsunami de lama, detritos e uma água barrenta que varreu tudo à sua frente. Casas, ruas, animais, carros, vidas. O mar de lama que desceu das barragens de rejeitos de mineração da Samarco dizimou tudo que era vivo em um raio de 30 quilômetros na maior tragédia ambiental da história do Brasil. Bento Rodrigues, o vilarejo fatalmente situado no sopé da barragem, desapareceu. Desapareceram também rios e riachos que cortavam o vale verde que iria desaguar no Rio Doce, um dos principais do país e hoje um cemitério em água corrente. A lama, irrefreável, chegou até o Doce, matando tudo que nele vivia, e viajou mais de seis centenas de quilômetros até chegar ao Oceano Atlântico. Foi quase um tsunami. Mas, ao contrário dos tsunamis, a tragédia de Mariana não foi fruto de nenhuma força da natureza. Foi resultado direto da irresponsabilidade e da ganância excessivas. Até a semana passada, a Samarco havia sido condenada a pagar multa de R$ 250 milhões pelo desastre.
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06.11 - DESTRUIÇÃO Terra arrasada em Bento Rodrigues: 
desastre provocado pela irresponsabilidade
AFP PHOTO / Douglas MAGNO 

A nova face do terror

Grupo jihadista Estado Islâmico promoveu barbáries e levou o terrorismo para o coração da Europa

O atentado à sede do jornal francês Charlie Hebdo, em Paris, em 7 de janeiro, já mostrava que 2015 seria um ano traumático. Apoiado por uma rede global de seguidores, o grupo jihadista Estado Islâmico promoveu barbáries (como queimar, diante de câmeras de TV, um piloto jordaniano), destruiu construções históricas (como fez em Palmira), metralhou turistas à beira-mar (na Tunísia) e levou o terror para o coração da Europa. Em novembro, os extremistas coordenaram os massacres em série em vários pontos de Paris, que deixaram um saldo de 100 mortos. A barbárie perpetrada pelo EI resultou num feito histórico: uniu países rivais na luta para derrotar a maior organização terrorista do planeta. Juntaram-se na coalizão liderada pelo presidente americano Barack Obama o líder russo Vladimir Putin, o francês François Hollande, a alemã Angela Merkel e o britânico David Cameron.
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15.11 - MEDO EM PARIS Pai segura filhas em momento de pânico, que se espalhou 
por toda a cidade. Depois de explosões e tiros, um saldo de 100 mortos
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03.02 - BARBÁRIE Um piloto jordaniano foi queimado vivo pelo EI. 
A cena foi transmitida pela internet e chocou o mundo
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01.11 - ATAQUE Destroços do avião russo derrubado pelo Estado
Islâmico no Egito: ação comprova capacidade militar
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22.11 - REAÇÃO GLOBAL Obama, Hollande, Merkel e Cameron se uniram 
contra o EI: ataques aéreos em conjunto contra alvos terroristas
Fotos: AP Photo/Peter Dejong; DANIEL KARMANN/DPA 

Imigração desumana

Crise migratória foi uma das piores tragédias humanitárias desde a Segunda Guerra Mundial

Uma das maiores tragédias humanitárias de todos os tempos produziu cenas chocantes como a do menino sírio Aylan Kirdi, de três anos, que foi encontrado morto em uma praia da Turquia depois de tentar chegar com a família à Europa em uma embarcação precária. Em 2015, o fluxo de imigrantes e refugiados, que deixaram seus países devastados pela guerra, fome e violência em busca de um recomeço no Velho Continente, criou a maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo a Eurostat, quase 1 milhão de pessoas pediram asilo à Europa, sobretudo à Alemanha, Itália e França. Muitas ficaram pelo caminho. Como Aylan, mais de 3 mil pessoas morreram fazendo a travessia do Mediterrâneo.
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16.09 - FRONTEIRA Milhares de refugiados foram barrados 
por uma cerca construída pelo governo húngaro
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20.04 - TRAVESSIA PERIGOSA As cenas de naufrágio no Mediterrâneo
ficaram cada vez mais frequentes: mais de 3 mil morreram
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02.09 - MORTE TRÁGICA Aylan Kurdi, de 3 anos, foi o símbolo 
da crise que mobilizou os líderes europeus
Fotos: AFP PHOTO / DOGAN NEWS AGENCY; AFP PHOTO/ARMEND NIMANI; EFE/EPA/Opielok Offshore

Confira as frases que marcaram 2015

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O ano do medo

Fatos, acontecimentos, situações e personagens que marcaram 2015

Antonio Carlos Prado, Elaine Ortiz e Ludmilla Amaral
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O que ISTOÉ antecipou

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Autor Everaldo Paixão

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