"Países que ofereceram o voto popular ANTES de ter uma burocracia profissional e eficiente, sucumbiram".
Francis Fukuyama escreveu
recentemente um livro (1) que explica por que alguns países, justamente depois
de um período de sucesso econômico, entram em colapso político contínuo, e
outros não.
Por que a Inglaterra, Alemanha
continuam bem sucedidas e a Grécia, Itália e agora o Brasil entram em colapso?
Sucesso traz consigo arrogância,
complacência, arroubos de grandeza tipo pré-sal e corrupção.
Pior, permite políticas populistas
onde se tira dos bem sucedidos e se dá a futuros eleitores, estancando o
progresso alcançado.
Constata Fukuyama, que países que
criaram uma Administração
Pública ética e competente ANTES de oferecer o voto universal
deram certo.
Países que adotaram o voto universal,
ANTES de ter uma burocracia profissional e eficiente, sucumbiram ao aparelhamento
do estado por pessoas incompetentes, ao clientelismo político, ao endividamento
e à corrupção.
Em 1988 demos o voto aos menores de
18 anos. Doze milhões de votos que hoje decidem eleições, atraídos por
promessas falsas como ensino “grátis”.
Na Inglaterra, a instituição do Civil
Service criou uma cultura prévia e já sedimentada que não permitia “pedaladas”
para cobrir incompetência, e que não permitiu o seu aparelhamento por membros
de “confiança” do Partido e sim de pessoas previamente treinadas em administração nas
inúmeras boas escolas que a Inglaterra tem.
No Brasil, Getúlio Vargas, por
sugestão de Eugênio Gudin,
criou uma lei que mandou fechar todas as nossas escolas de administração,
situação que perdurou até 1994.
Ou seja, somente a partir do ano 2000
tivemos mestres em administração neste
país, a maioria com cacoetes de engenheiros e economistas,
seus únicos professores.
Pior do que isto, devido a Eugênio Gudin,
nunca criamos uma cultura administrativa amplamente disseminada entre juízes,
intelectuais e jornalistas.
Todos são inimigos de empresários e administradores,
porque acham que tudo é farinha do mesmo saco. Não são.
A maioria dos brasileiros não possui
conceitos de débito e crédito, limites de endividamento, juro real e
nominal, regime de caixa e regime de competência, orçamento base zero, enfim.
Países onde os “amigos de confiança”,
colegas de guerrilha, ou professores da faculdade são guinados a postos de
elevada responsabilidade administrativa, aprendem a serem ministros já
exercendo o ofício.
A imprensa, os intelectuais e até
professores de Economia na Inglaterra iriam botar a boca no trombone nestes
casos, algo que não aconteceu no Brasil.
Países que desenvolveram cultura
disseminada sabem que o Ministro da Fazenda é nada mais do que o Tesoureiro do
Governo, e não o Tesoureiro da Nação.
Se você não percebeu esta sutil
distinção e seus reflexos na forma de agir dos brasileiros, eu acabo de provar
o ponto.
No Brasil, nossos presidentes se
orgulham de não terem sido preparados.
O maior exemplo é Lula, o sem
diploma.
Fernando Henrique Cardoso,
considerado um fenômeno pela nossa Direita,
escreve um livro “The Accidental President of Brazil”.
FHC faz questão de mostrar ao mundo
que caiu de paraquedas no cargo por acaso, que nunca sonhou ser Presidente,
muito menos se preparou para tal.
É esta a cultura administrativa que
dois Presidentes disseminam aos jovens brasileiros. Assumam cargos
administrativos sem ser preparados, que dá certo.
Não deu.
Fukuyama conclui que a Degeneração
Política, como está ocorrendo no Brasil, é inevitável.
Mas que países que criaram uma
cultura administrativa profissional conseguem impedir esta degeneração
política.
Infelizmente o Brasil está totalmente
despreparado, e como vimos foi premeditado por Eugênio Gudin.
Pior, Francis Fukuyama é odiado no
Brasil e seus livros foram banidos de todas as bibliotecas públicas do Brasil.
Temos um longo caminho a percorrer.
Fonte: Artigos para Se Pensar
Amigo, este escritor está cheio de razões, mas devemos nos ater também nos seguintes fatos, todo político já foi um cidadão comum, "do povo, pelo povo e para o povo", penso que a nossa cultura já traz no bojo o sentido de se "dar bem" ás custas dos outros, está arraigado em nossas entranhas como se fosse uma virtude, os acontecimentos corroboram o que penso e escrevo e, se tiver ferido alguém, peço perdão, não é minha intenção. Qual o remédio ? Combater a corrupção, tentar e, não descansar, de conscientizar a população a votarem em candidatos que reúnam as qualidades necessárias e capacidade para executarem as tarefas que o cargo exige e não escolherem seus candidatos por causa de favores recebidos ou qualquer outra opção que não essa, começaremos a melhorar. Eu acho.
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