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Edinho Silva diz que só decidirá se irá continuar no governo após o fim das investigações

Ministro da Comunicação Social foi o tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff

Jornal do Brasil


Nesta segunda-feira (7), o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou que irá aguardar o fim das investigações de que é alvo na Operação Lava Jato para decidir se irá ou não continuar a frente do seu cargo no governo.
 Edinho foi o tesoureiro da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff no ano passado, e foi citado durante a delação premiada do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, apontado como líder do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras.
"Eu prefiro esperar [para dizer se deixa o governo]. Um delator disse que eu o pressionei para fazer doação. Eu dialoguei com dezenas de empresários e ninguém ouviu isso de outros empresários. Prefiro aguardar a apuração", comentou o ministro após o desfile de 7 de setembro.
Baseado nos depoimentos de Ricardo Pessoa, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, autorizou a abertura de inquéritos para investigar os ministros Edinho Silva e Aloizio Mercadante, e o senador Aloysio Nunes.
"Quem contrata e demite é a presidenta Dilma. Eu não tiro férias em momento de dificuldade. Em momento de dificuldade, eu trabalho mais, me dedico mais. Estou convicto que fiz o que tinha de ser feito, seguindo a ética. Eu não tenho receio de ver meus atos", afirmou o ministro após ter sido questionado sobre a possibilidade de se afastar do governo.
Edinho afirmou ainda encarar com tranquilidade a situação na qual se viu envolvido, e disse que, enquanto tesoureiro da campanha, seguiu estritamente as orientações de sua cliente, no caso a presidente Dilma.
“Quando cheguei como coordenador financeiro da campanha, já tínhamos investigação em andamento e eu fiz exatamente aquilo seguindo as orientações da presidente. Fiz diálogos com o empresariado seguindo a legislação, princípios éticos e morais”, comentou. “Tenho plena confiança de que todas as dúvidas serão esclarecidas e que a verdade irá prevalecer”, completou.
Quando questionado sobre se poderia ter havido um abalo no governo com a abertura do inquérito sobre ele e Mercadante, Edinho defendeu que as investigações aconteçam.
“Essa é mais uma demonstração de que as instituições estão funcionando com liberdade de trabalho e apuração no Brasil. O governo quer que a verdade prevaleça e que as instituições sejam fortalecidas”, afirmou.
Sobre os contatos com o delator, Ricardo Pessoa, o ministro afirmou ser “impossível” um tesoureiro de campanha não ter tido contato com o empresário.
“Ele sempre foi um empresário de reconhecimento nacional e um doador de campanhas. Você conversar com empresários não significa que você tenha cometido ilegalidades”, disse. "A presidenta, quando me escolheu, tinha plena confiança em mim. Não cheguei ontem na política brasileira. Mais que palavras, tenho história de vida na política", encerrou o ministro.
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Autor Everaldo Paixão

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