Às vésperas de tomar posse, o governador eleito Paulo Câmara recebe um recado da oposição: não haverá trégua de cem dias, como acontece normalmente. Quem está no comando do grupo não é o PT, apesar de Dilma Rousseff ter recebido 70% dos votos válidos no 2º turno da eleição presidencial em Pernambuco. Quem vai exercer esse papel é o PTB. O deputado Silvio Costa Filho é o futuro líder da bancada na Assembleia, mas quem vai dar o norte é o senador e futuro ministro Armando Monteiro Neto, que foi derrotado por Câmara no 1º turno da eleição estadual. Ou seja, os palanques da campanha continuam armados.
A oposição sinaliza que, de fato, fará oposição, o que não ocorreu na época de Eduardo Campos. O grupo se reúne em janeiro, apesar do recesso, para organizar uma agenda. Ela começará com visitas a obras inacabadas. Esse gesto conta com o suporte de Armando e significa que o diálogo entre a União e o Estado será conturbado. O PSB de PE apoiou Aécio Neves e teceu duras críticas a Dilma.
A tal relação institucional entre os governos ficará só no discurso, a não ser que o PSB ingresse na base de apoio de Dilma, como quer a ala histórica por discordar da virada de centro-direita da sigla. O ex-ministro Fernando Bezerra Coelho já se coloca como mediador. Ele sabe tudo.
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