JOSÉ
DIRCEU
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Ministro-chefe
da Casa Civil
O QUE FAZ
HOJE
Atua como
consultor de empresas – e utiliza sua influência em Brasília para garimpar
informações sobre a administração federal, matéria-prima de sua bem-sucedida
carreira no mundo dos negócios.
ACUSAÇÃO
De acordo
com a denúncia, Dirceu foi o mentor do esquema de compra de votos e,
utilizando-se de sua posição no governo e da liderança que exercia sobre o
núcleo político, foi quem determinou as ações necessárias para o sucesso das
operações. Em resumo, o chefe da quadrilha, segundo a Procuradoria-Geral da
República.
CRIMES
Corrupção
ativa e formação de quadrilha
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Em seu
depoimento, Marcos Valério contou que, segundo Delúbio Soares, o então ministro
José Dirceu e o então secretário do PT Silvio Pereira tinham conhecimento e
davam garantia aos empréstimos que seriam forjados entre as empresas do
publicitário e o partido. Em seu depoimento, Roberto Jefferson disse que todos
os acordos entre os partidos tinham que ser ratificados pela Casa Civil de José
Dirceu, "presidente de fato " do PT. Para a Procuradoria-Geral da
República, uma das mais relevantes evidências do envolvimento de Dirceu é uma
reunião realizada na Casa Civil entre Dirceu, Marcos Valério, Delúbio
Soares e
o presidente do Banco Espírito Santo no Brasil, Ricardo Espírito Santo. Antes
desse encontro, Marcos Valério, Rogério Tolentino e Emerson Palmieri – também
integrantes de quadrilha – haviam feito uma viagem a Portugal para se reunir com
o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta. O objetivo da comitiva era
conseguir recursos para cobrir dívidas do PT e do PTB. Durante as conversas,
foi levantada a possibilidade - não concretizada - de a Portugal Telecom fazer
uma doação de 8 milhões de euros. José Dirceu acompanhou as negociações do
grupo Portugal Telecom, com a intervenção do Banco do Espírito do Santo, para a
aquisição da Telemig. Outro fator que denuncia a relação entre Dirceu e Marcos
Valério são os favores concedidos pelo publicitário ao ex-ministro. Valendo-se
de sua influência junto aos bancos Rural e BMG, Valério atendeu a interesses da
ex-mulher de Dirceu, Maria Ângela Saragoza, que queria vender seu imóvel, obter
um empréstimo e arrumar um emprego.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Dirceu alega que não há qualquer prova de seu envolvimento no esquema.
Aliás, segundo os advogados de Dirceu, nem sequer foram encontradas evidências
que comprovassem o mensalão: "os deputados supostamente corrompidos já
apoiavam o governo". Diz também que: o ex-ministro não se envolveu com as
questões financeiras das alianças partidárias; que a versão de Roberto
Jefferson está isolada no conjunto das provas; que Dirceu não tinha ingerência
nas nomeações; que não intercedeu em favor de sua ex-mulher; que é comum que um
ministro receba 'representantes de instituições financeiras ou empresas'; que
não tem vínculo com Marcos Valério, nem responsabilidade pela reunião realizada
em Portugal.
DELÚBIO
SOARES
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Tesoureiro
do PT
O QUE FAZ
HOJE
Possui um
site de compra e venda de imóveis sediados em Goiânia. Foi expulso do PT em
2005 - e readmitido em 2011
ACUSAÇÃO
Era o
principal elo entre o núcleo político e Marcos Valério. Agindo sob as ordens de
Dirceu, Delúbio indicava os valores e os nomes dos parlamentares que seriam
favorecidos pelo esquema. Ao lado de Genoino, então presidente do PT, avalizava
empréstimos simulados pelo núcleo de Marcos Valério ou pelo próprio PT junto ao
Banco Rural e BMG. Com o esquema em funcionamento, passou também a tratar
diretamente com parlamentares e empresários interessados em favores do governo.
Por fim, tornou-se ele próprio beneficiário dos desvios, recebendo, por meio de
laranjas, R$ 550.000.
CRIMES
Formação
de quadrilha e corrupção ativa
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Em
depoimento à polícia, o operador do esquema, Marcos Valério, aponta Delúbio
como seu principal interlocutor em Brasília, além de amigo pessoal. Segundo a
procuradoria, eram constantes os encontros entre Valério e Delúbio no Diretório
do PT em Brasília, e também no hall do hotel Blue Tree, na capital federal.
Marcos Valério passou a hospedar-se no hotel justamente para facilitar os
contatos com petistas.
Além
disso, Valério confirmou que intermediou reuniões entre Carlos Rodenburg,
acionista do Banco Opportunity, e Delúbio Soares. Na ocasião, Rodenburg teria
solicitado ajuda para solucionar problemas com o governo federal. O caso
indica, segundo a promotoria, que Delúbio não atuava apenas como representante
do PT, como também se relacionava com empresários na qualidade de integrante do
governo federal, com legitimidade para discutir a questão do relacionamento com
grupos econômicos.
A Procuradoria-Geral da República também aponta os intermediários e as datas das retiradas feitas em benefício de Delúbio. Foram sacados 550 000 reais em cinco parcelas, entre novembro de 2003 e março de 2004, de agências do Banco Rural em São Paulo e Brasília.
A Procuradoria-Geral da República também aponta os intermediários e as datas das retiradas feitas em benefício de Delúbio. Foram sacados 550 000 reais em cinco parcelas, entre novembro de 2003 e março de 2004, de agências do Banco Rural em São Paulo e Brasília.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
do petista nega sua participação no esquema criminoso e classifica o réu como
uma pessoa pobre que vive com simplicidade. Delúbio nega, até mesmo, a
existência do mensalão. "É que no momento em que foi formada uma aliança
partidária entre o PT e outras agremiações, decidiu o Diretório Nacional que os
custos de campanha seriam partilhados, de forma a garantir a manutenção e
possível expansão das votações dos aliados. Isso jamais foi condicionado à
prática de atos de ofício de parlamentares, como emissão de pareceres ou
votos", afirmam os advogados do petista nas alegações finais do processo.
Quanto aos 550 000 reais, a defesa diz que não há uma única prova que sustente a acusação, que o benefício é "fantasioso" e que o argumento não constou da denúncia original.
Quanto aos 550 000 reais, a defesa diz que não há uma única prova que sustente a acusação, que o benefício é "fantasioso" e que o argumento não constou da denúncia original.
JOSÉ
GENOINO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal e presidente do PT
O QUE FAZ
HOJE
É
assessor especial do Ministério da Defesa.
ACUSAÇÃO
Participava
de reuniões com dirigentes dos partidos da base aliada, mas, segundo depoimento
de Roberto Jefferson, não tinha autonomia para 'bater o martelo': tudo tinha de
ser chancelado pela Casa Civil de José Dirceu. Como presidente do partido,
também se sujeitou, ao lado de Delúbio Soares, a avalizar formalmente
empréstimos simulados pelo núcleo de Marcos Valério ou pelo próprio PT junto ao
Banco Rural e BMG.
CRIMES
Formação
de quadrilha e corrupção ativa
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Os
depoimentos anexados à denúncia indicam que os contatos com os partidos eram
feitos por Genoino, embora, como afirmou Roberto Jefferson à polícia, coubesse
ao então ministro José Dirceu ratificá-los.
A principal evidência de envolvimento de Genoino com a quadrilha, aponta a promotoria, foram os empréstimos efetuados pelo PT, em 2003, junto ao Banco Rural e ao BMG, no valor de 2,4 milhões de reais. Genoino aparece formalmente como avalista na simulação de empréstimos – apesar de possuir um patrimônio ínfimo diante
A principal evidência de envolvimento de Genoino com a quadrilha, aponta a promotoria, foram os empréstimos efetuados pelo PT, em 2003, junto ao Banco Rural e ao BMG, no valor de 2,4 milhões de reais. Genoino aparece formalmente como avalista na simulação de empréstimos – apesar de possuir um patrimônio ínfimo diante
da
quantia negociada.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
De acordo
com a defesa do ex-deputado, os empréstimos foram, na verdade, tomados pelo
então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, "para fazer frente ao
verdadeiro caos financeiro vivenciado pelos diretórios regionais do PT", e
a Genoino coube apenas assiná-los porque o cargo de presidente da legenda assim
o exigia. Ainda segundo os advogados, todos os empréstimos foram registrados no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a legenda procurou quitá-los. A defesa de
Genoino ainda classifica o delator do mensalão, Roberto Jefferson, como um
"verdadeiro bufão" e "pai da mentira". "O bolero de
péssimo gosto cantado por Roberto Jefferson não ecoa em qualquer elemento
probatório", assinalam os advogados nas alegações finais do processo.
Em março de 2012, o PT encaminhou um documento do Supremo Tribunal Federal (STF) em que afirma que pagou o empréstimo contraído junto ao Banco Rural. O texto foi anexado pela defesa aos autos do processo para corroborar a alegação de que não houve irregularidade nos empréstimos.
Em março de 2012, o PT encaminhou um documento do Supremo Tribunal Federal (STF) em que afirma que pagou o empréstimo contraído junto ao Banco Rural. O texto foi anexado pela defesa aos autos do processo para corroborar a alegação de que não houve irregularidade nos empréstimos.
MARCOS
VALÉRIO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Empresário
O QUE FAZ
HOJE
Empresário
ACUSAÇÃO
Era o
principal operador do mensalão - "um verdadeiro profissional do
crime", conforme a denúncia. Liderava a estrutura empresarial montada para
obter os recursos que seriam investidos na corrupção de parlamentares. Por meio
da SMP&B, DNA e Graffiti, fazia pagamentos periódicos a quem Delúbio Soares
indicasse e ainda avalizava contratos fraudulentos para abastecer o caixa do
PT.
CRIMES
Formação
de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e evasão de
divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Valério
mantinha encontros frequentes com todos os envolvidos no esquema – fossem os
integrantes da quadrilha ou os parlamentares beneficiados com o dinheiro
repassado pelo grupo – nos gabinetes desses políticos, na sede nacional do PT,
em halls e quartos de hotéis e outros locais. Segundo a denúncia, a agenda de
Valério, que ficava com sua então secretária Fernanda Karina, registra as
viagens e reuniões do empresário e seus sócios Ramon Hollerbach, Cristiano Paz
e Rogério Tolentino com as pessoas envolvidas no esquema. Outra importante
evidência apontada pela Procuradoria é um acordo firmado entre o
núcleo
político da quadrilha e o PTB, um dos partidos beneficiados pelo dinheiro da
corrupção. Segundo afirmou Roberto Jefferson em depoimento, parte dos 20
milhões de reais que deveriam ser transferidos pelo PT ao PTB seria obtida em
transação referente à aquisição da empresa Telemig pela Portugal Telecom, operação
acompanhada diretamente por José Dirceu. Em viagem realizada a Portugal para as
tratativas desse negócio, Marcos Valério apresentou-se como "Marcos
Valério do PT do Brasil", ou seja, um facilitador das pretensões de
empresários perante o governo federal. Pouco depois, reuniu-se com o presidente
da Portugal Telecom e informou ao interlocutor do PTB na viagem, Emerson
Palmieri, que se lograsse êxito na manutenção da conta de publicidade
conseguiria equacionar o problema da dívida do PT e do PTB. Marcos Valério
também confirmou que intermediou reuniões entre Carlos Rodenburg, acionista do
Banco Opportunity, que lhe solicitou ajuda para solução de problemas que estava
enfrentando no relacionamento com o governo, fato confirmado por Delúbio
Soares. Além disso, ainda conforme Delúbio, Valério intermediou visita do
ex-tesoureiro do PT e José Genoino à empresa Usiminas.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Valério afirma que a Procuradoria não conseguiu comprovar o vínculo
criminoso entre o réu e os demais acusados de formação de quadrilha e que a
denúncia se baseia apenas nas relações societárias e profissionais entre os
réus. Sustenta ainda que o resultado das votações no Congresso é incompatível
com a acusação de compra de votos dos parlamentares. Os advogados alegam também
que Marcos Valério não sabia qual seria a destinação dos recursos emprestados
ao PT – e acreditava que o dinheiro era destinado a quitar dívidas de campanhas
eleitorais do partido.
CRISTIANO
PAZ
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Empresário
O QUE FAZ
HOJE
Empresário
ACUSAÇÃO
Sócio de
Marcos Valério nas empresas SMP&B, Graffiti e DNA, ajudou a montar a
estrutura que servia para mascarar o pagamento a deputados. Agiu sobretudo na
obtenção de empréstimos fraudulentos que alimentavam o esquema.
CRIMES
Formação
de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de
divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A
denúncia aponta como evidências a assinatura de Paz em livros contábeis
repletos de fraudes, além do endosso de cheques sob a rubrica de
"empréstimos ao PT". O réu ainda subscreveu, ao lado de Ramon
Hollerbach e Marcos Valério, contratos simulados com o BMG e o Rural. A
Procuradoria apresenta ainda o depoimento de um laranja contratado para efetuar
saques das contas da SMP&B e entregar o dinheiro a Cristiano Paz, Geiza
Dias e Simone Vasconcelos. Paz ainda tentou destruir documentos que serviriam como
provas dos crimes.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Paz argumenta que não há qualquer dado no processo que o comprometa – e
garante que a única ligação existente é o fato de ser sócio das empresas
SMP&B e Graffiti. Afirma ainda que o réu não exercia qualquer atividade
relacionada aos setores administrativo e financeiro da agência. Paz alega que
só concordou com os empréstimos obtidos junto aos bancos BMG e Rural porque
"pretendia ganhar a conta publicitária do Partido dos Trabalhadores, cujo
crescimento político era evidente, interessando a todas as agências de
publicidade do Brasil".
RAMON
HOLLERBACH
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Empresário
O QUE FAZ
HOJE
Empresário
ACUSAÇÃO
Sócio de
Valério e Cristiano Paz nas empresas SMP&B, Graffiti e da DNA, integrou a
estrutura que mascarava o destino dos recursos que serviam para pagar os
parlamentares corruptos. Também ordenou a doleiros os pagamentos ao marqueteiro
Duda Mendonça no exterior.
CRIMES
Formação
de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de
divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Entre as
evidências da participação de Hollerbach na quadrilha, a Procuradoria destaca
sua assinatura nos livros contábeis, repletos de fraudes; contato com o doleiro
Jader Kalid Antônio para transferir recursos para a conta de Duda Mendonça no
exterior; o endosso de cheques sob a rubrica de "empréstimos ao PT";
e os contratos simulados com BMG e Banco Rural que subscreveu ao lado de
Cristiano Paz e Marcos Valério.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Hollerbach argumenta que não há provas da participação do réu no esquema
criminoso e que sua única relação com os fatos se dá na condição de sócio da
SMP&B.
ROGÉRIO
TOLENTINO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Advogado
O QUE FAZ
HOJE
Advogado
ACUSAÇÃO
Era um
dos principais elos entre o núcleo operacional da quadrilha e o Banco Rural.
Braço-direito de Valério, utilizava-se de seus contratos com empresas privadas
para operacionalizar o esquema de repasse de dinheiro não contabilizado a
candidatos.
CRIMES
Formação
de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A
Procuradoria cita na denúncia a participação da Rogério Lanza Tolentino &
Associados Ltda na lavagem de recursos desviados do Banco do Brasil em favor do
esquema de corrupção. E também a ação combinada de Valério, Tolentino,
Hollerbach e Paz, após a eclosão do escândalo, para destruir notas fiscais,
refazer a contabilidade das empresas e forjar contratos.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Nega
qualquer sociedade com Marcos Valério. Segundo a defesa, a relação entre os
dois se dava apenas por meio do escritório de advocacia do réu. Alega que,
embora tenha tomado empréstimo de 10 milhões de reais junto ao BMG e repassado
esse valor, integralmente, a Marcos Valério, não teve qualquer participação na
destinação do dinheiro. A defesa afirma ainda que Tolentino não tinha qualquer
vínculo societário com as empresas envolvidas nos repasses.
SIMONE
VASCONCELOS
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Diretora
administrativa e financeira da SMP&B
O QUE FAZ
HOJE
Desligou-se
da SMP&B, fechada pouco após o estouro do escândalo.
ACUSAÇÃO
Era a operadora
externa da quadrilha de Valério. Orientava os parlamentares quanto às datas e
locais de pagamento, intermediava pessoalmente os saques e eventualmente até
assinava os recibos, impedindo a identificação dos beneficiários. Também foi
responsável pela documentação dos empréstimos realizados para lavar o dinheiro.
Conforme a denúncia, foi "peça fundamental na engrenagem criminosa".
CRIMES
Formação
de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A
Procuradoria-Geral da República cita uma longa lista de saques realizados pela
ex-diretora da SMP&B nas agências do Rural em Brasília, em favor de
diversos parlamentares e seus intermediários. Em geral, os repasses eram feitos
na própria agência do Rural ou em hotéis, para o que chegou a recorrer ao
serviço de um carro-forte. A denúncia conclui que ela "executava
materialmente o processo de entrega das propinas".
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
argumenta que Simone ocupava apenas uma posição subalterna na SMP&B e que,
portanto, era "mera executora das demandas formuladas e conduzidas pelos
sócios da empresa". Afirma ainda que a SMP&B era uma das mais
renomadas agências publicitárias do país e a maior de Minas Gerais - e não uma
sociedade criminosa, como afirmado pelo Procurador-Geral da República.
GEIZA
DIAS
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Gerente
Financeira da SMP&B
O QUE FAZ
HOJE
Desligou-se
da SMP&B, fechada pouco após o estouro do escândalo.
ACUSAÇÃO
Era a
operadora interna da quadrilha de Marcos Valério. Cabia a ela repassar ao Banco
Rural, por e-mail, os nomes dos beneficiários do esquema, os valores e os
números dos cheques. Eventualmente, também determinava saques em dinheiro,
recebia os beneficiários do esquema na sede da empresa e organizava repasses.
CRIMES
Formação
de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Como
responsável pela área financeira da SMP&B, Geiza repassava para o Banco
Rural as informações dos destinatários reais dos valores a serem sacados,
através de e-mails. Além disso, recebia alguns beneficiários na sede da agência
e organizava pessoalmente os repasses de valores em algumas situações, como no
caso de parte dos pagamentos feitos aos publicitários Duda Mendonça e Zilmar
Fernandes.
Com o objetivo de não deixar rastro da sua participação, os beneficiários indicavam laranjas para efetuar os saques, que apresentavam aos
Com o objetivo de não deixar rastro da sua participação, os beneficiários indicavam laranjas para efetuar os saques, que apresentavam aos
caixas do
Rural seu nome e qualificação para o recebimento dos valores em espécie.
Segundo depoimento de um funcionário do Banco Rural em Brasília, responsável
pela entrega da maioria dos recursos disponibilizados na capital federal, a
frequência de pagamentos era bastante alta. Quando perguntado sobre os
beneficiários desses recursos, esclareceu o seguinte: "Em geral, eram
pessoas simples, que não trajavam ternos e que se dirigiam ao depoente dizendo
o seguinte: 'Vim pegar uma encomenda'."
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Geiza afirma que a ré era apenas uma funcionária da SMP&B e que recebia
ordens diretas de Simone Vasconcelos ou dos sócios da empresa. Segundo seus
advogados, Geiza não tinha conhecimento do acordo entre a diretoria da
SMP&B com dirigentes do PT. A defesa argumenta que a ré simplesmente
cumpria suas funções de "operacionalizar saques, preencher cheques e fazer
reservas bancárias para saques em espécie" e que mesmo essas tarefas não
eram de sua responsabilidade exclusiva.
ROBERTO
JEFFERSON
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Presidente
do PTB e deputado federal por São Paulo
O QUE FAZ
HOJE
Foi
cassado e afastou-se da presidência do PTB em 2005. Aposentado pela Câmara,
recebe 8.800 reais mensais. Em 2011 voltou a presidir o PTB.
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina para manter o PTB, que presidia, na base de apoio ao governo.
CRIMES
Corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Foi o
próprio Jefferson quem revelou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo no
dia 6 de junho de 2005, o esquema de compra de votos no Congresso, chefiado por
José Dirceu, à época ministro da Casa Civil, e operado pelo até então
desconhecido Marcos Valério. Jefferson deu diversos detalhes do esquema.
Apontou os papéis de Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira na trama,
narrou os acertos feitos na sede do PT, indicou nomes de outros parlamentares
que integraram o esquema, detalhou o loteamento político de cargos na
administração pública e informou que ele mesmo havia recebido R$ 4 milhões do
valerioduto. Para a Procuradoria, "todas as imputações feitas pelo
ex-deputado ficaram comprovadas".
Jefferson
e o tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, receberam os R$ 4 milhões
pessoalmente de Valério. A entrega é detalhada pela Procuradoria: envolto em
fitas do Banco Rural e do Banco do Brasil, o dinheiro foi levado diretamente
por Valério à sede do PTB em Brasília, em junho de 2004, em duas parcelas, uma
de R$ 1,8 milhão, outra de R$ 2,2 milhões. Conforme o petebista, tratava-se de
parte dos R$ 20 milhões que o PT havia prometido ao partido em troca de apoio
político. Coube a Palmieri acompanhar a negociação do restante, em Portugal, em
viagem feita na companhia de Valério e Rogério Tolentino. O arrecadador
informal do PTB havia sido indicado por Jefferson para tratar dos interesses do
partido em uma reunião com executivos da Portugal Telecom. Da negociata,
frustrada, sairia o resto dos R$ 20 milhões para o PTB, além de recursos para o
próprio PT.
Segundo a Procuradoria, o petebista também foi beneficiado por 545 mil reais sacados em espécie do Banco Rural por dois intermediários.
Segundo a Procuradoria, o petebista também foi beneficiado por 545 mil reais sacados em espécie do Banco Rural por dois intermediários.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Sete anos
após o escândalo, a defesa de Jefferson confirma o recebimento dos R$ 4
milhões, mas diz que não há nada de irregular nisso: o montante havia sido
acordado com o PT em função das eleições municipais de 2004, não em troca de
apoio parlamentar. Argumenta que não foi demonstrado que Jefferson tivesse
ciência da origem ilícita do dinheiro ou dos crimes antecedentes narrados pela
Procuradoria.
ROMEU
QUEIROZ
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PTB-MG)
O QUE FAZ
HOJE
Livrou-se
da cassação, ainda em 2005, mas não conseguiu se reeleger em 2006. Tentou a
Assembleia estadual de Minas Gerais em 2010 e acabou entrando de suplente, pelo
PSB
ACUSAÇÃO
Ajudou a
intermediar propina em favor do PTB, recebeu parte dela em proveito próprio e
ocultou a origem do dinheiro
CRIMES
corrupção
passiva e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Foi Queiroz
quem indicou o assessor José Hertz, do PTB mineiro, para sacar dinheiro do
valerioduto em benefício do partido, à época presidido por José Carlos
Martinez. Foi também Queiroz quem iniciou as negociações para restabelecer os
pagamentos ao PTB após a morte de Martinez, em outubro de 2003, com ajuda do
então ministro dos Transportes, o também mineiro Anderson Adauto. Pelo menos um
dos saques do valerioduto, no valor de R$ 102.812,76, foi feito em proveito de
Queiroz, em agosto de 2004, por seu assessor Paulo Leite Nunes. Com receio de
carregar tanto dinheiro em espécie, Nunes decidiu fazer ali mesmo
transferências eletrônicas (TEDs) em favor das contas indicadas por Queiroz. Em
seu depoimento, Nunes diz que nem teve de mostrar documento para receber o dinheiro.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Admite
ter recebido R$ 102.812,76, mas como doação da empresa Usiminas à campanhas de
2004 "para repasse segundo os interesses partidários". Alega ter
agido em nome do partido, não no exercício de seu mandato de deputado, e que o
dinheiro foi todo destinado a candidatos do PTB naquelas eleições municipais.
EMERSON
PALMIERI
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Tesoureiro
informal do PTB e diretor de administração e finanças da Embratur
O QUE FAZ
HOJE
Pediu
demissão da Embratur em junho de 2005
ACUSAÇÃO
Ajudou a
intermediar a propina em favor do PTB e a ocultar sua origem
CRIMES
corrupção
passiva e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A entrega
de R$ 4 milhões a Palmieri a Jefferson é detalhada na denúncia. Envolto em
fitas do Banco Rural e do Banco do Brasil, o dinheiro foi levado diretamente
por Marcos Valério à sede do PTB em Brasília, em junho de 2004, em duas
parcelas, uma de R$ 1,8 milhão, outra de R$ 2,2 milhões. Conforme os
petebistas, tratava-se de parte dos R$ 20 milhões que o PT havia prometido ao
partido em troca de apoio político. E coube a Palmieri acompanhar a negociação
do restante, em Portugal, em viagem feita na companhia de Marcos Valério e
Rogério Tolentino. O arrecadador informal do PTB havia sido indicado por
Jefferson para tratar dos interesses do partido em uma reunião com executivos
da Portugal Telecom. Da negociata, frustrada, sairia o resto dos R$ 20 milhões
para o PTB, além de recursos para o próprio PT.
A
Procuradoria também aponta que Palmieri recebeu pessoalmente dinheiro do
valerioduto por um intermediário da confiança do deputado Romeu Queiroz
(PTB-MG). Este assessor, do PTB mineiro, conta que foi orientado pelo próprio
Palmieri a procurar a SMP&B em Belo Horizonte para buscar a
"encomenda". De volta a Brasília, foi recebido no aeroporto e
entregou dois pacotes fechados a Palmieri, que em seguida ligou para Jefferson
e comentou: "assunto resolvido".
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Alega ser
apenas um militante do PTB e que nunca foi tesoureiro do partido. Afirma que o
acordo do PTB com o PT foi feito entre os então presidentes dos partidos, José
Genoino e Roberto Jefferson, e que os 4 milhões de reais que admite ter
guardado em um cofre eram fruto desse negociação. Diz que não tinha
conhecimento da origem do dinheiro, que a Procuradoria aponta ilícita.
VALDEMAR
COSTA NETO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PL-SP) e presidente do partido
O QUE FAZ
HOJE
Renunciou
ao mandato em 2005 para escapar da cassação, foi reeleito deputado federal no
ano seguinte e novamente em 2010. Está em seu sexto mandato na Câmara.
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina em troca de apoio político e montou sua própria quadrilha para lavar o
dinheiro da corrupção
CRIMES
Corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A
Procuradoria identificou duas estratégias montadas por Valdemar para receber a
propina. A primeira delas foi por intermédio da Guaranhuns Empreendimentos, de
Lúcio Bolonha Funaro, que no ano eleitoral de 2002 havia emprestado R$ 3,1
milhões a Valdemar. A segunda, por intermédio do ex-tesoureiro do PL Jacinto
Lamas e seu irmão, Antonio Lamas. E ainda houve pagamentos feitos diretamente a
Valdemar em São Paulo.
Entre fevereiro e agosto de 2003, mais de R$ 6 milhões passaram pela lavanderia da Guaranhuns, conforme laudos periciais. Os repasses - um total de 63 - foram feitos por meio de cheques e transações eletrônicas (TEDs e DOCs). Para justificar os recursos, a SMP&B
Entre fevereiro e agosto de 2003, mais de R$ 6 milhões passaram pela lavanderia da Guaranhuns, conforme laudos periciais. Os repasses - um total de 63 - foram feitos por meio de cheques e transações eletrônicas (TEDs e DOCs). Para justificar os recursos, a SMP&B
de
Valério chegou a forjar um contrato com data retroativa com a Guaranhuns,
representada por José Carlos Batista, apontado na denúncia como testa-de-ferro
de Funaro. Mas a real natureza da operação aparece na contabilização dos
recursos, conforme depoimento de Valério: 'empréstimos PT'.
Além das transações da Guaranhuns, Valdemar recebeu também repasses em espécie da SMP&B, por intermédio dos irmãos Lamas. De acordo com recibos informais, Jacinto levou R$ 1.000.000,00, e Antonio, R$ 350 mil. As entregas foram feitas em uma agência do Banco Rural e em hotéis de Brasília. Simone Vasconcelos, da SMP&B, contou que chegou a recorrer ao serviço de um carro-forte para uma entrega realizada no prédio da Confederação Nacional do Comércio. E o próprio Valdemar recebeu em São Paulo, sem intermediários, R$ 1,5 milhão do esquema, em agosto de 2004, conforme o seu próprio depoimento.
Além das transações da Guaranhuns, Valdemar recebeu também repasses em espécie da SMP&B, por intermédio dos irmãos Lamas. De acordo com recibos informais, Jacinto levou R$ 1.000.000,00, e Antonio, R$ 350 mil. As entregas foram feitas em uma agência do Banco Rural e em hotéis de Brasília. Simone Vasconcelos, da SMP&B, contou que chegou a recorrer ao serviço de um carro-forte para uma entrega realizada no prédio da Confederação Nacional do Comércio. E o próprio Valdemar recebeu em São Paulo, sem intermediários, R$ 1,5 milhão do esquema, em agosto de 2004, conforme o seu próprio depoimento.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Nega ter
trocado voto por propina. Argumenta que seu partido era o mesmo do então
vice-presidente, José Alencar, daí ser natural o alinhamento político. Admite o
recebimento de recursos, mas credita os valores ao acordo político da coligação
PT-PL para as eleições de 2002. Quanto às operações para receber os recursos,
diz ter seguido orientação de Delúbio Soares: o então tesoureiro do PT teria
lhe instruído a tomar empréstimos para saldar as dívidas, e por isso recorreu à
Guaranhuns de Lúcio Funaro. A defesa de Valdemar contesta o depoimento de
Funaro e diz que os valores enviados por Marcos Valério serviriam apenas para
quitar esse empréstimo, não tendo sido repassados ao PL.
JACINTO
LAMAS
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Foi
tesoureiro do PL (atual PR) desde sua fundação, em 1985, até fevereiro de 2005,
meses antes de estourar o escândalo
O QUE FAZ
HOJE
É
servidor da Câmara, onde, em 2011, sem alarde, foi absolvido de um processo
disciplinar sob a alegação de que as acusações contra ele se referem às suas
atividades como tesoureiro do PL e não como funcionário do Congresso.
ACUSAÇÃO
Intermediou
parte dos repasses ao extinto PL, do qual foi tesoureiro, e integrou a
quadrilha encabeçada por Valdemar Costa Neto para ocultar a origem do dinheiro
CRIMES
Corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Jacinto
Lamas recebeu pessoalmente em uma agência do Banco Rural e em hotéis de
Brasília repasses da SMP&B, conforme testemunhos e recibos informais. Além
disso, de acordo com Marcos Valério, pivô do mensalão, foi Jacinto quem lhe
indicou a Guaranhuns para intermediar os repasses em favor de Valdemar Costa
Neto e pediu um contrato forjado entre as empresas para mascarar a origem do
dinheiro.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Alega que
não tinha influência no partido, sendo responsável apenas "pela parte
técnica voltada à propaganda do PL". Diz que Valdemar Costa Neto era quem
comandava - "com mão de ferro" - o partido, incluindo questões
financeiras. Afirma ter recebido valores por ordem de Valdemar e que não sabia
da procedência do dinheiro, que a Procuradoria aponta ilícita. Argumenta que
não era parlamentar, e assim não poderia negociar voto. Diz que nunca teve
contato com a empresa Guaranhuns e não conhecia outros réus acusados de
formação de quadrilha.
CARLOS
(BISPO) RODRIGUES
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PL-RJ) e vice-presidente do partido
O QUE FAZ
HOJE
Renunciou
ao mandato para escapar da cassação, afastou-se da política, mas continuou
metido em escândalo: foi preso em 2006 na esteira da Operação Sanguessuga, da
Polícia Federal. Em 2009, foi reintegrado à Igreja Universal, da qual havia
sido afastado em 2004. Hoje, é sócio de ao menos cinco emissoras de rádio e TV
no país.
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina para votar a favor de matérias do interesse do governo e ocultou a
origem do dinheiro
CRIMES
Corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Tanto
Carlos Rodrigues como Célio Marcos Siqueira confirmam a retirada. O motorista
do deputado federal Vanderval Lima dos Santos (PL-SP) foi pessoalmente à
agência do Banco Rural no Brasília Shopping e recebeu de Simone Vasconcelos,
braço de Marcos Valério, uma "encomenda" de R$ 150 mil, quantia que
depois levou à casa de Rodrigues.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Nega ter
trocado apoio político por propina. Alega ter votado conforme decisões da
bancada do PL, que naturalmente se alinhava ao governo já que era o mesmo
partido do então vice-presidente, José Alencar. Quanto aos recursos que
recebeu, afirma tratar-se apenas de caixa 2 e que serviram para quitar gastos
da campanha de 2002 no Rio.
BRENO
FISHBERG
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Sócio da
corretora Bônus Banval
O QUE FAZ
HOJE
Deixou a
corretora, que fechou as portas pouco após o escândalo
ACUSAÇÃO
A Bônus
Banval fez a intermediação dos repasses à quadrilha do PP, lavando e ocultando
a origem do dinheiro. Para tanto, valeu-se de uma das contas que administrava,
da Natimar, do argentino Carlos Alberto Quaglia.
CRIMES
formação
de quadrilha e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Breno
Fischberg e Enivaldo Quadrado, sócios da Banval, reuniram-se diversas vezes com
o operador do mensalão, Marcos Valério, na sede da corretora. Indicados pela
cúpula pepista, Fischberg e Quadrado eram os interlocutores do núcleo
operacional para os repasses ao partido. Fischberg e Quadrado disseram que
Valério irrigou a Banval com o objetivo de comprá-la. Valério negou.
Quadrado admite ter orientado funcionários da Banval a sacar pelo menos R$ 605 mil do valerioduto, depois repassados aos beneficiários apontados pelo partido. É o que mostram também recibos informais apreendidos no Banco Rural, de março e setembro de 2004.
Quadrado admite ter orientado funcionários da Banval a sacar pelo menos R$ 605 mil do valerioduto, depois repassados aos beneficiários apontados pelo partido. É o que mostram também recibos informais apreendidos no Banco Rural, de março e setembro de 2004.
A
Procuradoria aponta que, em um segundo momento, o dinheiro passou também pela
conta que a Natimar, do argentino Carlos Alberto Quaglia, tinha na Bônus
Banval. Por este expediente circulou mais 1,2 milhão de reais. Na CPI dos
Correios, ao se defender, Quaglia acusou a Bônus-Banval: disse que sua Natimar
foi usada pela corretora de forma fraudulenta para lavar dinheiro.
Conforme a Procuradoria, Fischberg e Quadrado são "profissionais do ramo de branqueamento de capitais".
Conforme a Procuradoria, Fischberg e Quadrado são "profissionais do ramo de branqueamento de capitais".
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg alega que as operações da Bônus Banval
são legítimas e foram feitas de modo transparente, incluindo os saques feitos a
pedido de Marcos Valério, que estaria interessado na compra da corretora.
Quanto às operações através da Natimar, afirma que foram determinadas pelo
responsável pela empresa, Carlos Alberto Quaglia. Alega que os réus não
obtiveram vantagens financeiras com as operações descritas pela Procuradoria.
ENIVALDO
QUADRADO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Sócio da
corretora Bônus Banval
O QUE FAZ
HOJE
A Bônus
Banval fechou as portas após o escândalo. Enivaldo montou depois uma empresa de
locação e venda de automóveis. Foi preso em dezembro de 2008 ao desembarcar no Aeroporto
de Cumbica, na Grande São Paulo, com 361.000 euros não-declarados, sendo solto
poucos dias depois
ACUSAÇÃO
A Bônus
Banval fez a intermediação dos repasses à quadrilha do PP, lavando e ocultando
a origem do dinheiro. Para tanto, valeu-se de uma das contas que administrava,
da Natimar, do argentino Carlos Alberto Quaglia
CRIMES
formação
de quadrilha e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Breno
Fischberg e Enivaldo Quadrado, sócios da Banval, reuniram-se diversas vezes com
o operador do mensalão, Marcos Valério, na sede da corretora. Indicados pela
cúpula pepista, Fischberg e Quadrado eram os interlocutores do núcleo
operacional para os repasses ao partido. Fischberg e Quadrado disseram que
Valério irrigou a Banval com o objetivo de comprá-la. Valério negou.
Quadrado
admite ter orientado funcionários da Banval a sacar pelo menos R$ 605 mil do
valerioduto, depois repassados aos beneficiários apontados pelo partido. É o
que mostram também recibos informais apreendidos no Banco Rural, de março e
setembro de 2004. A Procuradoria aponta que, em um segundo momento, o dinheiro
passou também pela conta que a Natimar, do argentino Carlos Alberto Quaglia,
tinha na Bônus Banval. Por este expediente circulou mais 1,2 milhão de reais.
Na CPI dos Correios, ao se defender, Quaglia acusou a Bônus-Banval: disse que sua Natimar foi usada pela corretora de forma fraudulenta para lavar dinheiro.
Conforme a Procuradoria, Fischberg e Quadrado são "profissionais do ramo de branqueamento de capitais".
Na CPI dos Correios, ao se defender, Quaglia acusou a Bônus-Banval: disse que sua Natimar foi usada pela corretora de forma fraudulenta para lavar dinheiro.
Conforme a Procuradoria, Fischberg e Quadrado são "profissionais do ramo de branqueamento de capitais".
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg alega que as operações da Bônus Banval
são legítimas e foram feitas de modo transparente, incluindo os saques feitos a
pedido de Marcos Valério, que estaria interessado na compra da corretora.
Quanto às operações através da Natimar, afirma que foram determinadas pelo
responsável pela empresa, Carlos Alberto Quaglia. Alega que os réus não
obtiveram vantagens financeiras com as operações descritas pela Procuradoria.
CARLOS
ALBERTO QUAGLIA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Proprietário
da Natimar
O QUE FAZ
HOJE
Desfez-se
da Natimar algum tempo após o estouro do escândalo
ACUSAÇÃO
A Natimar
integrou a quadrilha que lavava a propina do valerioduto em favor da cúpula do
PP. A empresa do argentino Carlos Alberto Quaglia tinha conta na Bônus Banval,
e foi por meio dessa conta que o dinheiro seguiu até José Janene, Pedro Correa
e Pedro Henry.
CRIMES
Formação
de quadrilha e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Conforme
a Procuradoria, o dinheiro injetado na Bônus Banval ia parar na conta que a
Natimar mantinha na corretora e de lá seguia para as arcas pepistas. Desta
maneira, a quadrilha mascarava o vínculo entre Valério e os destinatários
finais do valerioduto. As transferências assinadas por Quaglia estão
documentadas em laudo.
Embora a Natimar, do ponto de vista formal, tivesse a palavra final sobre o destino do dinheiro que as empresas de Valério desviavam para a Bônus Banval, Quaglia e Marcos Valério não tinham negócios em comum. Nem se conheciam.
Embora a Natimar, do ponto de vista formal, tivesse a palavra final sobre o destino do dinheiro que as empresas de Valério desviavam para a Bônus Banval, Quaglia e Marcos Valério não tinham negócios em comum. Nem se conheciam.
Na CPI
dos Correios, ao se defender, Quaglia acusou a Bônus-Banval: disse que sua
Natimar foi usada pela corretora de forma fraudulenta para lavar dinheiro.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Alega que
a Natimar era apenas uma cliente da Bônus Banval. Afirma ter comunicado à
corretora o recebimento indevido de valores em sua conta e que por isso
autorizou que a Bônus Banval a repassar o dinheiro a seus verdadeiros donos,
não tendo recebido vantagem alguma das operações.
JOÃO
PAULO CUNHA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PT-SP) e presidente da Câmara
O QUE FAZ
HOJE
Em 2006,
foi absolvido por seus pares e reelegeu-se deputado federal. Está em seu quinto
mandato como deputado-federal e em 2012 quer disputar a prefeitura de Osasco
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina para beneficiar as empresas de Marcos Valério e desviou recursos de
contrato celebrado com a Câmara dos Deputados, que presidia
CRIMES
Corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e peculato
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Em 3 de
setembro, João Paulo Cunha reuniu-se com Marcos Valério, conforme a secretária
do publicitário. No dia seguinte, Cunha recebeu 50 000 do valerioduto por
intermédio de sua mulher, que fez o saque em espécie na agência do Banco Rural
no Shopping Brasília - ambos admitiram a retirada. No dia 16 do mesmo mês, saiu
o edital de licitação da conta de publicidade da Câmara, e a vencedora foi a
SMP&B, de Valério, agência que havia sido desclassificada da concorrência
anterior por insuficiência técnica.
Deste contrato, executado em 2004, Cunha é acusado de desviar em proveito próprio 252 000 reais. O valor refere-se à subcontratação pela
Deste contrato, executado em 2004, Cunha é acusado de desviar em proveito próprio 252 000 reais. O valor refere-se à subcontratação pela
SMP&B
da empresa de um jornalista que já prestava assessoria ao deputado. Com isso,
Cunha continuaria desfrutando dos serviços sem ter que arcar com os custos. Do
mesmo contrato, a Procuradoria aponta que Cunha é responsável por 536.440,55
reais desviados para o caixa de Marcos Valério. Isso porque a SMP&B
Comunicação recebia honorários de 5% para intermediar subcontratações, que
atingiram a marca de 99,9% do contrato original, de 10.745.902,17 reais. Em
outras palavras, por meio deste contrato, Valério "foi remunerado para
nada fazer", segundo a denúncia.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Diz que
sua mulher, ao sacar o dinheiro na boca do caixa, "nunca se ocultou ou
escondeu a sua identidade" e que não tinha como saber se era lícita ou
ilícita a origem dos recursos. Sobre a acusação de corrupção passiva, diz não
haver relação entre a quantia sacada e a licitação da conta de publicidade da
Câmara. Diz que não controlava o procedimento licitatório, que a concorrência
foi regular e que SMP&B venceu por mérito próprio. Quanto à execução do
contrato, diz que não havia limite para subcontratação e que os serviços foram
de fato prestados.
PAULO
ROCHA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PT-PA) e líder do PT na Câmara entre fevereiro e agosto de 2005
O QUE FAZ
HOJE
Renunciou
ao mandato ainda em 2005 para escapar da cassação e reelegeu-se deputado
federal em 2006. Tentou o Senado em 2010, sem sucesso.
ACUSAÇÃO
Recebeu
820 000 reais do valerioduto e ocultou sua origem, valendo-se da intermediação
de assessores.
CRIMES
lavagem
de dinheiro
O QUE
GANHOU DO ESQUEMA
Recebeu
820 000 reais, em oito parcelas, parte do que teria sido usado em favor dos
diretórios do PT e PSB no Pará.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Os saques
realizados em favor de Paulo Rocha constam de recibos informais e testemunhos.
A assessora Anita Leocádia e o próprio Paulo Rocha admitiram em juízo o
recebimento de 620 000 reais. Parte do dinheiro, 200 000 reais, foi entregue a
Anita pelo próprio Marcos Valério em um hotel de São Paulo. Outro assessor,
Charles Santos Dias, diz ter recebido mais 200 000 reais em uma agência do
Banco Rural de Belo Horizonte.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
alega que Paulo Rocha não obteve nenhum benefício pessoal, uma vez que o
dinheiro sacado foi destinado ao pagamento de dívidas de campanha. Argumenta
que todas as operações foram feitas regularmente através do sistema financeiro
e que o então deputado só se valeu de intermediários para os saques porque
presidia, à época, o diretório paraense do PT.
JOÃO
MAGNO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PT-MG)
O QUE FAZ
HOJE
Livrou-se
da cassação em fevereiro de 2006, em votação comemorada pela colega Ângela
Guadagnin (PT-SP) com a famigerada dança da pizza. Não ocupa cargo público
ACUSAÇÃO
Recebeu
360 000 reais do valerioduto e ocultou a transação valendo-se de um assessor e
do tesoureiro de sua campanha para prefeito de Ipatinga, em 2004.
CRIMES
Lavagem
de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Tanto os
assessores como o ex-deputado admitem que receberam dinheiro do valerioduto.
Magno diz ter acertado a negociação pessoalmente com Marcos Valério, por
orientação de Delúbio Soares, e diz que só não declarou os valores porque não
recebera do então tesoureiro do PT a documentação necessária - o que foi feito
após o escândalo.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Alega que
não obteve qualquer proveito pessoal do esquema e que só não prestou contas à
Justiça Eleitoral porque o então tesoureiro Delúbio Soares não mandou a
documentação a tempo. Afirma que agiu de boa fé e que não tinha conhecimento da
origem do dinheiro.
PROFESSOR
LUIZINHO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PT-SP) e líder do governo na Câmara entre abril de 2004 e março de
2005.
O QUE FAZ
HOJE
Escapou
da cassação, mas não conseguiu se reeleger em 2006. Não conseguiu sequer ser
eleito vereador de Santo André, no ABC Paulista, em 2008. Hoje atua como
consultor.
ACUSAÇÃO
Recebeu
20 mil reais do valerioduto e ocultou sua origem, valendo-se da intermediação
de um assessor
CRIMES
Lavagem
de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
O
assessor José Nilson dos Santos admitiu ter realizado o saque em uma agência do
Banco Rural em São Paulo, e Marcos Valério disse ter autorizado o pagamento a
mando de Delúbio Soares.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Nega que
tenha recebido o dinheiro: alega que seu assessor José Nilson dos Santos buscou
pessoalmente obter os recursos para quitar despesas de candidatos a vereador do
PT nas eleições de 2004
ANDERSON
ADAUTO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Ministro
dos Transportes de Lula em 2003 e 2004 e prefeito de Uberaba a partir de 2005
O QUE FAZ
HOJE
Foi
reeleito prefeito de Uberaba (MG) em 2008
ACUSAÇÃO
Recebeu
R$ 950.000,00 de Marcos Valério, valendo-se de assessores para ocultar a origem
do dinheiro, e intermediou a compra de apoio político do PTB
CRIMES
Corrupção
ativa e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Marcos
Valério diz ter destinado R$ 1.000.000 a Anderson Adauto em 16 parcelas. Em
suas alegações finais, a Procuradoria aponta recibos informais provando que
Adauto faturou R$ 950.000 em 13 parcelas. Deste total, R$ 600.000 foram sacados
do Banco Rural em seis parcelas por José Luiz Alves, que também é réu do
processo. Mais R$ 350 mil foram entregues em sete parcelas ao irmão do então
ministro, Édson Pereira de Almeida, pela diretora financeira da SMP&B,
Simone Vasconcelos. Adauto admitiu ter recebido R$ 410 mil para quitar débitos
de campanha. Alves admitiu ter recebido em espécie R$ 200 mil de um funcionário
do Banco Rural e reconheceu sua assinatura em alguns dos recibos.
A
Procuradoria também aponta o papel de Adauto, do PL (depois PR), no acerto
feito entre PT e PTB para a continuidade do mensalão. Conforme a denúncia,
Adauto foi procurado pelo também mineiro Romeu Queiroz (PTB-MG) em busca de um
canal para restabelecer os pagamentos acertados com José Carlos Martinez, o
antigo presidente do partido, morto em outubro de 2003. Após a intermediação de
Adauto, o dinheiro voltou a encher os bolsos dos petebistas, agora liderados
por Roberto Jefferson.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Sobre a
acusação de corrupção ativa, diz que o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) é seu
amigo, e esta é a única razão para os contatos que manteve com ele. Alega que o
PTB não precisaria da sua interlocução junto ao governo federal uma vez que o
partido já comandava um ministério, o do Turismo, com Walfrido dos Mares Guia.
Sobre a acusação de lavagem de dinheiro, admite ter recebido R$ 410 mil por
intermédio de José Luiz Alves, então seu chefe-de-gabinete, para quitar dívidas
da campanha de 2002, mas afirma ter acreditado que o dinheiro tinha origem
lícita.
JOSÉ LUIZ
ALVES
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Foi chefe
de gabinete de Anderson Adauto, que ocupou o Ministério dos Transportes em 2003
e 2004
O QUE FAZ
HOJE
Preside o
Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (Codau),
autarquia da cidade hoje administrada por Adauto.
ACUSAÇÃO
Recebeu
em nome do então ministro dos Transportes, Anderson Adauto, 600 mil reais. Ao
contrário de outros laranjas, "agia profissionalmente como intermediário
de Anderson Adauto, tendo ciência que estava viabilizando criminosamente o
recebimento de valores em espécie", diz a Procuradoria-Geral da República
CRIMES
lavagem
de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Em suas
alegações finais, a Procuradoria aponta recibos informais provando que Adauto
faturou 950.000 reais em 13 parcelas. Deste total, 600.000 reais foram sacados
do Banco Rural em seis parcelas por José Luiz Alves. Em seu primeiro
depoimento, Alves optou por permanecer em silêncio. Interrogado novamente,
admitiu ter sacado em espécie 200 mil reais do Banco Rural em Brasília e
reconheceu sua assinatura em alguns dos recibos.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Diz ter
feito apenas dois saques, a pedido de seu chefe, Anderson Adauto, e que
acreditava que os recursos tinham origem lícita: empréstimos do PT.
PEDRO
CORRÊA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PP-PE) e presidente do partido
O QUE FAZ
HOJE
Foi o
único pepista que teve o mandato cassado - em março de 2006. Deixou a
presidência do partido, mas foi reconduzido à executiva nacional da legenda.
Ainda não recuperou seus direitos políticos, mas conseguiu eleger a filha,
Aline Corrêa, deputada federal (PP-SP).
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina em troca de apoio ao governo Lula e montou sua própria quadrilha para
lavar o dinheiro da corrupção
CRIMES
Corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Conforme
depoimentos, Pedro Correa participou da costura em 2003 dos acordos "de
cooperação financeira" com o PT, ao mesmo tempo em que o PP, que presidia,
era convidado a compor a base de sustentação do recém empossado presidente
Lula.
Correa, Janene e Henry receberam os milhões do esquema por meio de duas estratégias. Por uma delas, o assessor de Janene, João Cláudio Genu, fazia as retiradas em nome do PP no Banco Rural ou diretamente das mãos de Simone Vasconcelos, diretora financeira da SMB&P. Genu admite as operações e diz que tinha autorização expressa de Correa e Janene para realizar cada uma delas.
Correa, Janene e Henry receberam os milhões do esquema por meio de duas estratégias. Por uma delas, o assessor de Janene, João Cláudio Genu, fazia as retiradas em nome do PP no Banco Rural ou diretamente das mãos de Simone Vasconcelos, diretora financeira da SMB&P. Genu admite as operações e diz que tinha autorização expressa de Correa e Janene para realizar cada uma delas.
A outra
estratégia utilizada por Correa, Janene e Henry consistia na transferência de
recursos por intermédio das empresas Bônus Banval e Natimar, que se
encarregavam da lavagem de dinheiro.
Em seu depoimento, Correa admite ter recebido R$ 700 mil do PT, quantia que teria sido destinada para pagar os honorários do advogado que defendeu o ex-deputado Ronivon Santiago.
Em seu depoimento, Correa admite ter recebido R$ 700 mil do PT, quantia que teria sido destinada para pagar os honorários do advogado que defendeu o ex-deputado Ronivon Santiago.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Alega que
não teve participação nas operações da Bônus Banval e da Natimar, cujos donos
nem conhecia. Sobre a ajuda financeira do PT, alega que a decisão de recebê-la
foi tomada de forma colegiada pela bancada do PP e que o dinheiro destinava-se
a custear a defesa de Ronivon Santiago em ações movidas pelo próprio PT.
Assegura que ele próprio, Correa, não obteve benefício algum. Sobre os saques
em espécie, diz que à época as contas do PP estavam bloqueadas. "Dos partidos
da base governista, o PP era o que menos votava alinhado com o Governo",
argumenta a defesa do ex-deputado.
PEDRO
HENRY
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Deputado
federal (PP-MT) e líder do partido na Câmara em 2003 e 2004
O QUE FAZ
HOJE
Escapou
da cassação na Câmara dos Deputados e reelegeu-se em 2006 e 2010. Voltou a ter
o nome envolvido em escândalos no caso dos sanguessugas.
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina em troca de apoio ao governo e formou sua própria quadrilha para lavar
o dinheiro da corrupção
CRIMES
Corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
O nome de
Pedro Henry foi envolvido no escândalo por Roberto Jefferson na mesma
entrevista em que denunciou o mensalão, concedida em junho de 2005 ao jornal
Folha de S.Paulo. Jefferson disse que Henry chegou a pressionar o PTB a aderir
ao esquema.
Segundo a Procuradoria, Henry ocupava junto com Pedro Correa, presidente do PP, e José Janene, líder de bancada, o topo do organograma da quadrilha montada para receber os milhões de Marcos Valério, o que foi feito por meio de dois expedientes. Por um deles, o assessor de Janene, João Cláudio Genu, fazia as retiradas em nome
Segundo a Procuradoria, Henry ocupava junto com Pedro Correa, presidente do PP, e José Janene, líder de bancada, o topo do organograma da quadrilha montada para receber os milhões de Marcos Valério, o que foi feito por meio de dois expedientes. Por um deles, o assessor de Janene, João Cláudio Genu, fazia as retiradas em nome
do PP no
Banco Rural ou diretamente das mãos de Simone Vasconcelos, diretora financeira
da SMB&P. A outra estratégia consistia na transferência de recursos por
intermédio das empresas Bônus Banval e Natimar, que se encarregavam da lavagem
de dinheiro.
Genu, o intermediário dos saques, admite as operações e diz que tinha autorização expressa de Correa e Janene para realizar cada uma delas. Conta também ter testemunhado uma reunião entre Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, Henry e Correa, quando os pepistas teriam mencionado a necessidade de apoio financeiro. Conforme depoimento de Correa, Henry participou das negociações com o PT, costuradas em reuniões com José Genoino, José Dirceu, Silvio Pereira e Marcelo Sereno.
Genu, o intermediário dos saques, admite as operações e diz que tinha autorização expressa de Correa e Janene para realizar cada uma delas. Conta também ter testemunhado uma reunião entre Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, Henry e Correa, quando os pepistas teriam mencionado a necessidade de apoio financeiro. Conforme depoimento de Correa, Henry participou das negociações com o PT, costuradas em reuniões com José Genoino, José Dirceu, Silvio Pereira e Marcelo Sereno.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Diz que o
PP nunca obrigou parlamentares a votar a favor de projeto algum e que o
compromisso de apoiar o PT não configura crime. Afirma que nunca tratou de
assunto financeiro com o PT e que o réu João Cláudio Genu, que admite os
saques, não estava subordinado a ele. Diz que a acusação se baseia apenas no
depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson, do PTB.
JOÃO
CLÁUDIO GENU
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Era
assessor do então deputado federal e líder do PP na Câmara José Janene (PP-PR)
O QUE FAZ
HOJE
Deixou o
cargo na Câmara em março de 2007 e voltou a servir como funcionário do
Ministério da Agricultura, do qual foi demitido no ano seguinte.
ACUSAÇÃO
Serviu de
intermediário do valerioduto em favor dos caciques do PP, permitindo que os
recursos chegassem ao partido sem que sua cúpula ou a origem do dinheiro fossem
identificados. Também foi favorecido pelos repasses ao PP feitos por intermédio
do esquema de lavagem de dinheiro que envolveu a Bônus Banval e a Natimar.
CRIMES
Formação
de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Genu
admitiu ter recebido em malas e sacolas as parcelas do mensalão em nome do PP,
o que é corroborado por recibos informais, e-mails e testemunhos. Para um dos
saques, Genu identificou-se com sua carteira do Conselho Regional de Economia,
que foi xerocada e arquivada.
Como homem de confiança do PP, Genu também participou de reuniões com os demais integrantes da quadrilha do PP e também com os elos
Como homem de confiança do PP, Genu também participou de reuniões com os demais integrantes da quadrilha do PP e também com os elos
dos
núcleos político e operacional do mensalão. Ao contrário de outras pessoas que
intermediaram o mensalão, a Procuradoria aponta que Genu "atuou dolosamente
como intermediário na arrecadação da vantagem indevida"
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Admite
ter recebido os recursos, mas alega ter atuado apenas como mensageiro do PP,
por ordem do ex-deputado José Janene. Alega também que não buscou dissimular os
saques nem ocultar sua identidade, pondo-se na mesma situação de Antonio Lamas,
cuja condenação a Procuradoria desistiu de pedir. Afirma que não foi
beneficiário direto do esquema e que só acompanhava Janene até a corretora
Bônus Banval por problemas de saúde do ex-deputado, morto em 2010.
JOSÉ
BORBA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Líder da
bancada do PMDB na Câmara dos Deputados
O QUE FAZ
HOJE
Renunciou
ao cargo em 2005, para escapar da cassação, mas não conseguiu se eleger para a
Câmara no ano seguinte. É o atual prefeito de Jandaia do Sul, Paraná
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina para votar a favor de matérias do interesse do governo e ocultou a
origem do dinheiro.
CRIMES
Corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Para
receber uma parcela de 200 000 reais, Borba foi pessoalmente à agência do Banco
Rural no Brasília Shopping, episódio testemunhado por um funcionário da
agência. Para não deixar rastro da operação, recusou-se a assinar o comprovante
do recibo. Simone Vasconcelos, braço direito de Marcos Valério, dirigiu-se
então à agência, assinou o recibo e entregou a quantia ao parlamentar, conforme
ela mesma declarou.
Borba admitiu em depoimento ter procurado Marcos Valério para obter nomeações na administração pública que ainda não haviam sido atendidas por intermédio de Silvio Pereira, então secretário-geral do PT.
Borba admitiu em depoimento ter procurado Marcos Valério para obter nomeações na administração pública que ainda não haviam sido atendidas por intermédio de Silvio Pereira, então secretário-geral do PT.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Nega ter
recebido recursos do PT ou de Marcos Valério "no Banco Rural ou em
qualquer outro lugar" e alega que a Procuradoria se baseia apenas nos
depoimentos do operador do mensalão e seu braço direito, Simone Vasconcelos.
KÁTIA
RABELLO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Presidente
do Banco Rural
O QUE FAZ
HOJE
Acionista
do Banco Rural
ACUSAÇÃO
Em busca
de favores do governo, o banco controlado por Kátia Rabello serviu como braço
financeiro do esquema do mensalão.
CRIMES
Formação
de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
De acordo
com a Procuradoria-Geral da República, o banco presidido por Kátia Rabello agiu
em todas as frentes do mensalão: financiou parte do esquema, por meio da
simulação de empréstimos no valor de R$ 32 milhões; permitiu que se misturassem
recursos dos empréstimos com dinheiro desviado dos contratos de publicidade;
viabilizou a distribuição segura dos valores, sem identificar os reais
beneficiários; e ocultou dos órgãos de controle as evidências de lavagem de
dinheiro.
A promotoria apresenta um documento subscrito por Kátia e outros 15 dirigentes do Rural - entregue ao Banco Central durante uma investigação da offshore Trade Link - em que os executivos negam a participação direta ou indireta do Banco Rural. Segundo a denúncia, o Rural mentiu, já que o quadro societário do banco coincide com o do
A promotoria apresenta um documento subscrito por Kátia e outros 15 dirigentes do Rural - entregue ao Banco Central durante uma investigação da offshore Trade Link - em que os executivos negam a participação direta ou indireta do Banco Rural. Segundo a denúncia, o Rural mentiu, já que o quadro societário do banco coincide com o do
Trade
Link Bank, estando comprovada a existência de diversos acionistas pertencentes
às duas instituições. A própria Kátia chegou a negar, em depoimento no
Congresso, a existência de sociedade entre o Rural e a Trade Link.
A promotoria diz que a razão pela qual os dirigentes do Banco Rural temem o reconhecimento de uma vinculação formal entre o banco e a offshore é que a Trade Link já foi diversas vezes utilizada como um suporte operacional de vários doleiros para a prática de evasão de divisas e lavagem de capitais em volumes bilionários, estando envolvida, diretamente, no caso Banestado.
Também consta da acusação o fato de Marcos Valério ter intermediado um empréstimo junto ao Banco Rural em favor da ex-mulher de José Dirceu.
A promotoria diz que a razão pela qual os dirigentes do Banco Rural temem o reconhecimento de uma vinculação formal entre o banco e a offshore é que a Trade Link já foi diversas vezes utilizada como um suporte operacional de vários doleiros para a prática de evasão de divisas e lavagem de capitais em volumes bilionários, estando envolvida, diretamente, no caso Banestado.
Também consta da acusação o fato de Marcos Valério ter intermediado um empréstimo junto ao Banco Rural em favor da ex-mulher de José Dirceu.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Kátia Rabello nega todas as acusações e alega que sua relação com o núcleo
de Valério eram "profissionais", que os empréstimos eram verdadeiros,
que o risco foi devidamente avaliado, que os procedimentos descritos no
processo "estão longe de configurar intenção de ocultar recursos",
que não há limite para saques em dinheiro e que, em resumo, o "Banco Rural
agiu rigorosamente dentro da lei". Em depoimento, Kátia disse ainda que,
mesmo sendo presidente do banco, não tinha participação direta na área de
concessão de empréstimos.
JOSÉ
ROBERTO SALGADO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Executivo
do Banco Rural
O QUE FAZ
HOJE
Membro do
Conselho de Administração do Banco Rural
ACUSAÇÃO
É acusado
de autorizar e renovar empréstimos fraudulentos para Marcos Valério, além de
viabilizar a remessa de dinheiro para o exterior.
CRIMES
Formação
de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A
promotoria cita a existência de contratos com a assinatura do executivo para a
liberação de até 30.050.000,00 reais para empresas de Valério. O esquema
inaugurado quando Salgado ainda ocupava a Vice-Presidência de Apoio Operacional
também disponibilizava um seguro sistema de distribuição dos valores sem
identificação dos destinatários reais para o Banco Central e para Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Salgado classifica de inconsistente o depoimento da testemunha de acusação
Carlos Godinho e que a acusação da PGR é genérica. Afirma que o réu não
participou da concessão dos empréstimos nem da distribuição de valores em
espécie e que não há qualquer vínculo entre os fatos e o réu.
VINICIUS
SAMARANE
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Diretor
do Banco Rural
O QUE FAZ
HOJE
Vice-presidente
do Banco Rural
ACUSAÇÃO
Ajudou a
omitir do sistema de informações do Banco Central o nome dos beneficiários dos
recursos do mensalão sacados das contas de Marcos Valério, infringindo normas
do sistema financeiro.
CRIMES
Formação
de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Segundo a
denúncia, Samarane era um dos dirigentes do Rural que estabeleceram mecanismos
de operacionalização dos pagamentos em espécie às pessoas indicadas por Marcos
Valério, de forma a impedir a identificação dos efetivos beneficiários, bem
como burlar a legislação e normas que estabelecem a necessidade de
identificação e comunicação às autoridades competentes de operações com
indicativos de lavagem de dinheiro.
A ocultação, dissimulação da natureza da operação financeira, da origem, da movimentação e da destinação dos recursos financeiros disponibilizados pelo Banco Rural ao grupo de Marcos Valério foram constatadas a partir da análise da documentação requisitada
A ocultação, dissimulação da natureza da operação financeira, da origem, da movimentação e da destinação dos recursos financeiros disponibilizados pelo Banco Rural ao grupo de Marcos Valério foram constatadas a partir da análise da documentação requisitada
pela
promotoria ao Banco Central e anexada à denúncia. De acordo com relatório do
BC, a lavagem de dinheiro ocorria da seguinte forma: o banco Rural emitia um
"Formulário de Controle de Transações em Espécie" informando que o
portador e o beneficiário final dos recursos repassados por cheque emitido por
meio de uma conta da SMPB no banco era a própria empresa e que o dinheiro se
destinava ao pagamento de fornecedores. Depois, um e-mail era enviado por uma
funcionária da agência de Valério ao gerente do Banco Rural informando o nome
das pessoas autorizadas a sacar o dinheiro na "boca do caixa", após o
que a agência do Rural em Belo Horizonte enviava um fax à agência do banco em
Brasília, autorizando os saques.
Ou seja, o Rural, embora soubesse dos verdadeiros beneficiários dos recursos, registrou no Sistema do Banco Central (Sisbacen) que os saques eram efetuados pela SMPB e que se destinavam ao pagamento de fornecedores.
Ou seja, o Rural, embora soubesse dos verdadeiros beneficiários dos recursos, registrou no Sistema do Banco Central (Sisbacen) que os saques eram efetuados pela SMPB e que se destinavam ao pagamento de fornecedores.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Os
advogados de Samarane sustentam que e executivo não conhece os demais réus por
formação de quadrilha – à exceção dos demais integrantes do banco – e afirma
que as ações do Rural não constituem crimes de gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro e evasão de divisas, já que foram concedidos "a empresas de grande
porte, em valores compatíveis com suas receitas e com a prática da própria
instituição financeira, com garantia de avais dos sócios e cessão de
direitos".
AYANNA
TENÓRIO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Executiva
do Banco Rural
O QUE FAZ
HOJE
Consultora
ACUSAÇÃO
Ayanna é
acusada de liberar empréstimos fraudulentos para as empresas de Marcos Valério,
abastecendo o esquema criminoso.
CRIMES
Formação
de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Ayanna
chegou a autorizar pessoalmente diversas operações de empréstimo às empresas de
Valério – ação pela qual foi punida pelo Banco Central com uma inabilitação de
cinco anos para gerir instituição financeira. Como provas, a promotoria cita
contratos com a assinatura da executiva para a liberação de até 27.809.300,00
de reais para a SMPB Comunicação.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
da executiva alega que Ayanna "não teve nenhuma, rigorosamente nenhuma
participação" na concessão dos empréstimos fraudulentos e que ela não
tratava de operações de crédito nem fiscalizava o cotidiano das agências do
Rural. "Pela prova carreada para os autos, não restam dúvidas de que os
empréstimos concedidos às empresas SMP&B foram efetivados por intermédio de
José Augusto Dumont (ex-vice-presidente do Rural, já falecido)", afirmam
os advogados de Ayanna nas alegações finais do processo.
LUIZ
GUSHIKEN
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Secretário
de Comunicação do governo Lula
O QUE FAZ
HOJE
Gushiken
perdeu o status de ministro, mas continuou no governo como assessor especial do
então presidente Lula. Pediu demissão em novembro de 2006 e abriu uma empresa
de consultoria
ACUSAÇÃO
Na
denúncia aceita pelo STF, em 2007, Gushiken é acusado de orquestrar com
Henrique Pizzolato, diretor de marketing do BB, o desvio de recursos em favor
da agência DNA, de Marcos Valério. Já em suas alegações finais, apresentadas em
2011, a Procuradoria diz que não se colheram provas contra Gushiken e pede sua
absolvição.
CRIMES
Peculato
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Na
denúncia do mensalão, feita em 2006, a Procuradoria se baseou no depoimento de
Henrique Pizzolato, diretor de marketing do BB, para acusar o secretário de
Comunicação do governo Lula. Na CPI dos Correios, ao tentar justificar as
vantagens obtidas pela DNA junto ao Banco do Brasil, Pizzolato contou ter
consultado Gushiken antes de autorizar repasses à agência: 'Ele (Gushiken)
disse: assina, porque não há nenhum problema', disse o diretor do BB. 'Entendi
aquilo como uma ordem. Eu não iria confrontar o ministro.' A DNA de Valério foi
favorecida pelo BB com antecipações que somaram
R$
73.851.000,00, em quatro parcelas, sem que o banco tomasse controle da
aplicação dos recursos.
Já em suas alegações finais, em 2011, a Procuradoria revê a denúncia e passa a defender absolvição de Gushiken por considerar que não há prova de que o ex-ministro tenha tomado parte do esquema que irrigou o valerioduto.
Já em suas alegações finais, em 2011, a Procuradoria revê a denúncia e passa a defender absolvição de Gushiken por considerar que não há prova de que o ex-ministro tenha tomado parte do esquema que irrigou o valerioduto.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Lembra
que a própria Procuradoria reconhece não ter colhido provas contra Gushiken
DUDA
MENDONÇA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Veterano
do marketing político, o publicitário Duda Mendonça trabalhou em 2002 na vitoriosa
campanha de Lula e em 2004 na fracassada campanha de Marta Suplicy para
prefeita de São Paulo.
O QUE FAZ
HOJE
Continua
trabalhando com marketing político. Em 2010, foi o responsável pelas campanhas
que levaram ao Senado a petista Marta Suplicy e o tucano Cássio Cunha Lima.
Também trabalhou na eleição de Ricardo Coutinho, do PSB, para o governo da
Paraíba, e na reeleição de Roseana Sarney, no Maranhão.
ACUSAÇÃO
Recebeu
pagamentos no Brasil e no exterior pelo esquema de lavagem de dinheiro montado
por Marcos Valério e o Banco Rural
CRIMES
Lavagem
de dinheiro e evasão de divisas
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
O PT
tinha um débito milionário com o publicitário que elegeu "Lulinha paz e
amor" em 2002. Para quitá-lo, acionou o operador do mensalão, Marcos
Valério, que pôs em ação o esquema do Banco Rural. Conforme o depoimento de
Valério, foi Delúbio Soares, tesoureiro do PT, quem ordenou os repasses.
A
Procuradoria aponta dois métodos que viabilizaram os pagamentos. O primeiro, no
início de 2003, consistiu em saques na agência do Banco Rural em São Paulo,
feitos por Zilmar Fernandes, sócia de Duda. Em cinco operações, três em
fevereiro e duas em abril daquele ano, Zilmar retirou R$ 1,4 milhão em espécie,
de acordo com testemunhos. Em um segundo momento, Duda e Zilmar passaram a
receber as parcelas da dívida no exterior. Para tanto, abriram a offshore
Dusseldorf Company Ltd nas Bahamas, Caribe. Cerca de R$ 10 milhões saíram do
país por meio desse expediente. A Procuradoria identificou 53 operações de remessa
de dinheiro para o exterior, 24 das quais através dos seguintes braços do Banco
Rural: Rural International Bank, IFE Banco Rural, Banco Rural Europa e Trade
Link Bank. Para abastecer a conta de Duda e Zilmar no exterior, a quadrilha
também se valeu do esquema conhecido como dólar-cabo. Por esse expediente, uma
transferência feita em um país é compensada, irregularmente, por outra de valor
equivalente no exterior. Um dos doleiros acionados foi Jader Kalid Antônio, que
contou ter sido procurado pela quadrilha de Valério e feito a transferência de
U$ 131.838.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Duda e Zilmar alega que eles não sabiam que o dinheiro recebido pudesse ter
origem ilícita e que não havia à época qualquer indício da "organização
criminosa voltada para o cometimento de crimes contra a administração pública e
o sistema financeiro nacional". Argumenta que os valores em questão eram o
pagamento por serviços efetivamente prestados ao PT, nada havendo de irregular
nisso. Quanto à acusação de evasão de divisas, alega que os valores recebidos
na conta da empresa Dusseldorf já estavam no exterior. Sobre manter depósitos
no Caribe e não declará-los, afirma que o montante em questão era inferior à
quantia que os obrigaria a fazê-lo, conforme norma do Banco Central vigente à
época.
ZILMAR
FERNANDES
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Sócia do
publicitário Duda Mendonça
O QUE FAZ
HOJE
Continua
trabalhando com Duda Mendonça
ACUSAÇÃO
Recebeu
pagamentos no Brasil e no exterior pelo esquema de lavagem de dinheiro montado
por Marcos Valério e o Banco Rural
CRIMES
Lavagem
de dinheiro e evasão de divisas
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
A Procuradoria
considera Zilmar o braço operacional de Duda. Era ela quem fazia os contatos
com outros elos da quadrilha para receber os repasses providenciados por Marcos
Valério, sob a orientação de Delúbio Soares, tesoureiro do PT.
Foi a própria Zilmar quem realizou os primeiros saques do valerioduto, em espécie, na agência do Banco Rural em São Paulo, no primeiro semestre de 2003. Em cinco ocasiões, recolheu a soma de R$ 1,4 milhão e assinou os recibos correspondentes.
A Procuradoria mostra também que Zilmar e Duda tinham contas no exterior e abriram a offshore Dusseldorf para receber os pagamentos sem declará-los às autoridades. Ambos, segundo a acusação, já recebiam dinheiro no exterior muito antes do valerioduto entrar em
Foi a própria Zilmar quem realizou os primeiros saques do valerioduto, em espécie, na agência do Banco Rural em São Paulo, no primeiro semestre de 2003. Em cinco ocasiões, recolheu a soma de R$ 1,4 milhão e assinou os recibos correspondentes.
A Procuradoria mostra também que Zilmar e Duda tinham contas no exterior e abriram a offshore Dusseldorf para receber os pagamentos sem declará-los às autoridades. Ambos, segundo a acusação, já recebiam dinheiro no exterior muito antes do valerioduto entrar em
operação.
Em seu depoimento, Zilmar contou que todo o dinheiro que chegou à conta da
Dusseldorf proveio do esquema de Valério.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
de Duda e Zilmar alega que eles não sabiam que o dinheiro recebido pudesse ter
origem ilícita e que não havia à época qualquer indício da "organização
criminosa voltada para o cometimento de crimes contra a administração pública e
o sistema financeiro nacional". Argumenta que os valores em questão eram o
pagamento por serviços efetivamente prestados ao PT, nada havendo de irregular
nisso. Quanto à acusação de evasão de divisas, alega que os valores recebidos
na conta da empresa Dusseldorf já estavam no exterior. Sobre manter depósitos
no Caribe e não declará-los, afirma que o montante em questão era inferior à
quantia que os obrigaria a fazê-lo, conforme norma do Banco Central vigente à
época.
HENRIQUE
PIZZOLATO
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Diretor
de marketing do Banco do Brasil
O QUE FAZ
HOJE
Aposentou-se
pelo Banco do Brasil em julho de 2005, com salário de 13.000 reais mensais.
Mora em um apartamento na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, comprado um
mês depois de receber 336.000 reais de Valério. O imóvel custou 400.000 reais.
ACUSAÇÃO
Recebeu
propina para favorecer uma agência de Marcos Valério na execução de contratos
milionários com o Banco do Brasil, com prejuízo para o banco estatal
CRIMES
Corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e peculato
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Pizzolato
recebeu em sua residência R$ 326.660,67 do valerioduto, por intermédio de um
funcionário da Previ, em razão dos serviços prestados à quadrilha. Foram vários
os serviços, desde a contratação da DNA de Marcos Valério até a prorrogação do
contrato e a antecipação de pagamentos sem a devida prestação de contas.
Entre maio e junho de 2003, o Banco do Brasil autorizou o pagamento adiantado de R$ 73.851.000,00 à DNA, em quatro parcelas, por intermédio da empresa gestora do fundo Visanet. Pelo menos três das parcelas foram justificadas pela agência de Valério com notas frias,
Entre maio e junho de 2003, o Banco do Brasil autorizou o pagamento adiantado de R$ 73.851.000,00 à DNA, em quatro parcelas, por intermédio da empresa gestora do fundo Visanet. Pelo menos três das parcelas foram justificadas pela agência de Valério com notas frias,
de acordo
com laudo pericial, e não há comprovação da aplicação dos recursos. Só a DNA
mereceu este tratamento. Na CPI dos Correios, Pizzolato atribuiu ao então
titular da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, a ordem para autorizar os
pagamentos. 'Assine o que é preciso assinar', teria dito Gushiken.
Pizzolato permitiu também que a agência do mensalão embolsasse descontos, comissões e bonificações oferecidas por empresas subcontratadas, o que, por previsão contratual, deveriam ser abatidos do contrato original. Exatos R$ 2.923.686,15, conforme levantamento do TCU, foram desviados por esse expediente durante a gestão de Pizzolato.
A Procuradoria considera que a DNA já detinha contratos com o Banco do Brasil antes de Pizzolato chegar ao marketing do Banco do Brasil, mas foi na sua gestão que os repasses foram concentrados em favor da agência de Valério sem que houvesse controle sobre a aplicação do dinheiro. Para a Procuradoria, Pizzolato agiu de forma deliberada em favor da quadrilha do mensalão.
Pizzolato permitiu também que a agência do mensalão embolsasse descontos, comissões e bonificações oferecidas por empresas subcontratadas, o que, por previsão contratual, deveriam ser abatidos do contrato original. Exatos R$ 2.923.686,15, conforme levantamento do TCU, foram desviados por esse expediente durante a gestão de Pizzolato.
A Procuradoria considera que a DNA já detinha contratos com o Banco do Brasil antes de Pizzolato chegar ao marketing do Banco do Brasil, mas foi na sua gestão que os repasses foram concentrados em favor da agência de Valério sem que houvesse controle sobre a aplicação do dinheiro. Para a Procuradoria, Pizzolato agiu de forma deliberada em favor da quadrilha do mensalão.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
alega que Pizzolato não tinha competência "para determinar pagamento ou
fiscalizar execução de contratos" nem poder para "interferir na
gestão do Fundo Visanet". Sobre as bonificações que a agência de Valério
deixou de repassar ao Banco do Brasil, contesta a Procuradoria e diz que não se
tratava de um direito do banco e cita outras agências que fizeram o mesmo. Sobre
os recursos sacados do Banco Rural, alega que "seu ato foi apenas a de
fazer um favor. Pegar um envelope em um endereço para entregar ao PT. Como não
podia naquele momento, solicitou para um contínuo do Conselho da Previ"
ANTÔNIO
LAMAS
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Assessor
da liderança do PL na Câmara
O QUE FAZ
HOJE
Deixou a
Câmara na esteira do escândalo e foi trabalhar como gerente em uma casa
lotérica
ACUSAÇÃO
Conforme
a denúncia aceita pelo STF em 2007, Antônio Lamas intermediou um dos repasses
ao antigo PL (hoje PR) e integrou a quadrilha encabeçada por Valdemar Costa
Neto para ocultá-los. Já em suas alegações finais, feitas em 2011, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) desiste da condenação do assessor, por
considerar que não há provas de que ele tivesse conhecimento dos crimes - ao
contrário do irmão Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, que a PGR acusa de
formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
CRIMES
Lavagem
de dinheiro e formação de quadrilha
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Antonio
Lamas admite ter atendido a um pedido de Valdemar Costa Neto para buscar
"uma encomenda" na agência do Banco Rural no Brasília Shopping. Lá,
descobriu tratar-se de dinheiro, que, sem contar, levou à residência do
deputado no Lago Sul. Mas com base nos depoimentos, a Procuradoria diz, em suas
alegações finais, que não está provado que Antonio tivesse conhecimento do
esquema criminoso.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
Alega que
atuou como mensageiro do PL, fazendo um único saque em nome do deputado federal
Valdemar Costa Neto.
ANITA
LEOCÁDIA
O QUE
FAZIA NA ÉPOCA
Era
assessora do deputado federal Paulo Rocha (PT-PA)
O QUE FAZ
HOJE
Pediu
demissão da Câmara
ACUSAÇÃO
Recebeu
R$ 620 mil do esquema em nome do deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), a quem
prestava assessoria. Ao contrário de outros laranjas, Anita "agia
profissionalmente como intermediária de Paulo Rocha, tendo ciência que estava
viabilizando criminosamente o recebimento de valores em espécie", segundo
a Procuradoria
CRIMES
lavagem
de dinheiro
EVIDÊNCIAS
APONTADAS PELA PROMOTORIA
Os saques
realizados pela assessora Anita Leocádia em favor de Paulo Rocha constam de
recibos informais, e ambos admitiram em juízo o recebimento de R$ 620 mil.
Parte do dinheiro, R$ 200 mil, foi entregue a Anita pelo próprio Marcos Valério
em um hotel de São Paulo.
O QUE DIZ
EM SUA DEFESA
A defesa
alega que Anita realizou os saques por ordem superior - do deputado Paulo Rocha
(PT-PA) -, que desconhecia a origem supostamente ilícita do dinheiro e que não
era sua função declará-lo à Justiça Eleitoral. Lembra também que outros
intermediários do esquema não foram denunciados.
Era mesmo uma quadrilha de bandidos especializada em assaltar os cofres públicos. É para isso que serve os altíssimos impostos que pagamos, e ainda por cima a Presidente Dilma Roussef chamou os países ricos de protecionistas, precisa parar de olhar para a casa dos outros e cuidar mais da nossa.
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