Após
as declarações de Antônio Campos, aliados silenciam para não alimentar polêmica
Antônio Campos diz que Renata faz política e tem contato direto
com o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara. Foto: Internet
Políticos
da base aliada da Frente Popular adotam a lei do silêncio ante as declarações
do advogado Antônio Campos (PSB), que foi a público questionar as principais
lideranças do PSB no Estado e Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo
Campos. A estratégia é não dar eco às críticas dele, que disputou e perdeu a
Prefeitura de Olinda. Oficialmente, nenhuma liderança faz considerações ao que
foi dito. Mas, nos bastidores, pontuam a falta de habilidade política e evitam
comentários classificando o episódio como "briga familiar".
Para
não criar arestas com o PSB, aliados tratam as declarações como
"ressentimento e mágoa" e destacam o legado deixado pelo
ex-governador Eduardo Campos, ressaltando a capacidade dele de unir as legendas
na Frente Popular. Nem mesmo políticos citados na entrevista quiseram se
posicionar, sob a justificativa de que o caso diz respeito a questões internas
do partido.
Nem
o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, nem o estadual, Sileno Guedes,
responderam aos telefones ou às mensagens da reportagem.
O
vice-presidente estadual do PSB, Luciano Vásquez, defende uma análise profunda
da legenda, após o resultado das urnas e as alianças rompidas. Ele foi um dos
que subiu no palanque da prefeita eleita Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, quando
a posição do Palácio era apoiar Tony Gel (PMDB). Quanto à repercussão do
posicionamento de Antônio Campos, ele pontuou os componentes familiares e
políticos. No campo político, pregou uma avaliação dos erros e equívocos
cometidos pelo partido em Olinda.
"É
preciso depurar isso com muita tranquilidade, mas hoje a motivação que me move
dentro do PSB é pela reunificação, pela unidade e planejamento, como forma de
minimizar os erros e as críticas", avaliou.
Vásquez
foi um dos que defendeu a candidatura de Campos em Olinda. "Ele é um
quadro expressivo do nosso partido. Então, temos que avaliar o que ele está
colocando", disse.
A
vereadora Marília Arraes, eleita pelo PT após deixar o PSB com críticas à
condução política da legenda, preferiu não tecer comentários sobre o episódio.
"Não vejo minhas críticas como semelhantes as dele", disse.
"Desde o início, meu posicionamento foi pela esquerda, por questões
político-ideológicas. Já nem estou mais no partido, não vejo porque opinar
nessa divergência. Minhas declarações nunca foram no âmbito familiar e sim pela
guinada à direita do PSB. Esse autoritarismo é resultado do campo político
tomado, essa posição inábil é típica de partido da direita", afirmou.
Procurado
para repercutir as declarações, Antônio Campos respondeu, via WhatsApp, que
ratifica informações da entrevista.
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