Índice é o mais alto desde 2002, quando a alta anual nos preços ficou em 12,53%
REDAÇÃO ÉPOCA
A inflação oficial fechou 2015 em 10,67%, a mais elevada desde 2002, quando o índice chegou a 12,53%, informou nesta sexta-feira (8) relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar o resultado anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2014, o indicador ficou em 6,41%.
A alta de 2015 reflete elevação dos preços em todos os grupos de produtos e serviços que compõem o custo de vida do brasileiro. Em relação aos itens individuais, o IBGE destaca que o maior impacto do ano partiu da energia elétrica, que ao lado dos combustíveis, representa 24% do índice do ano. As contas de energia aumentaram, em média, 51%, com elevação de 70,97% em São Paulo e de 69,22% em Curitiba. Os combustíveis tiveram acréscimo de 29,63% no preço, com o litro da gasolina subindo 20,10% e o etanol, 33,75%.
O grupo com maior impacto nos preços foi Alimentação e Bebidas, que passou de 8,03% em 2014 para 12,03% no ano passado. O grupo foi puxado pela elevação de produtos como cebola (60,61%), tomate (47,45%), batata-inglesa (34,18%) e feijão-carioca (30,38%). Já as despesas com habitação tiveram variação de 18,31%.
Em dezembro, o IPCA variou 0,96% e ficou 0,05 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de novembro (1,01%). Ainda assim, foi a taxa mensal mais alta para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). No mesmo mês de 2014, a taxa foi de 0,78%. Além da alta dos alimentos, houve elevação de 1,36% no grupo Transportes, com tarifas de voos 37,07% acima das tarifas de novembro.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos. O índice abrange 10 regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
Previsão para 2016
Os valores foram próximos à previsão do último boletim Focus, do Banco Central (BC), que estimou inflação de 10,72% em 2015. Para 2016, os economistas estimam inflação em 6,87%. O número permanece bem acima da meta central de inflação, de 4,5%, e do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. O IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC admitiu que o IPCA só atingirá a meta central em 2017.
Já o relatório do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, projetou inflação de 6,2% em 2016 e de 4,8% em 2017, com o cenário de referência do banco, que pressupõe taxa de câmbio constante em R$ 3,90 e meta para a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. Apresidente Dilma Rousseff também afirmou que a inflação deve cair este ano.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas de um país, de 2015, o mercado financeiro passou a prever uma contração de 3,71%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos. A estimativa do Copom projeta crescimento de -3,6% em 2015 e de -1,9% em 2016.
0 comentários:
Postar um comentário
Padrão