Representante da Amupe diz que há seis meses não recebe material para combater Aedes aegypti
Combate à epidemia é ''um problema a mais nas costas das prefeituras'', diz o prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD)
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Irritado
com o governo federal, que não apresentou nenhum plano de combate ao surto de
zika vírus em Pernambuco durante a reunião realizada com prefeitos de todo o
Estado, na última segunda (30), em Gravatá, o prefeito de Cumaru, Eduardo
Tabosa (PSD), foi categórico em sua avaliação: "agora, há um problema a
mais nas costas das prefeituras".
Primeiro-secretário
da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e tesoureiro da Associação
Municipalista de Pernambuco (Amupe), Tabosa participou da reunião com o
ministro da Saúde, Marcelo Castro, e com o governador de Pernambuco,
Paulo Câmara (PSB). Na ocasião, o ministro informou que 17 ministérios
estão envolvidos no combate ao problema, e prometeu que um plano com valores de
investimento deve ser apresentado na próxima semana. Já Paulo Câmara anunciou
um programa no valor de R$ 25 milhões, para tratar as crianças nascidas com
microcefalia por conta do zika vírus e, também, combater os focos de mosquitos.
Durante
a reunião, o ministro da Saúde admitiu que o País não combateu "para
vencer" o mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika, da dengue e da
febre chikungunya. "O zika vírus é hoje o inimigo número um da saúde
pública do Brasil", declarou Castro, que aproveitou para "puxar as
orelhas" dos gestores pernambucanos, que pedem mais recursos para a Saúde.
Ele apontou má gestão e desvio de recursos, cobrando mais eficiência. "A
sociedade precisa saber que o seu dinheiro será bem aplicado", afirmou.
"Isso
era uma bomba que ia explodir a qualquer momento. Não tinha como não
acontecer", rebateu Tabosa, destacando que em abril o Ministério da Saúde
mandou diminuir pela metade o número de agentes de epidemiologia que atuavam
nos municípios. "Há seis meses não mandam o inseticida para matar os
mosquitos", acusou. Para Tabosa, o governo federal foge da
responsabilidade, quando coloca a culpa da epidemia na população. "Houve
erro de condução por parte do Ministério da Saúde. Também estamos apreensivos
quanto ao governo estadual, porque não sabemos se ele efetivamente tem
condições de concentrar esse valor de R$ 25 milhões nesta ação", comentou.
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