Já há registros de casos em 302 municípios, distribuídos em 13 Estados e no Distrito Federal
Do Estadão Conteúdo
Foto: Joel Silva / Folhapress
O
Ministério da Saúde está avaliando a possibilidade de se distribuir repelentes
para gestantes como uma estratégia para tentar conter o avanço da epidemia de
bebês com microcefaliano
Brasil. Ainda não há um consenso sobre a adoção da medida, mas o ministro da Saúde,
Marcelo Castro, admitiu ao jornal O Estado de S.Paulo que a hipótese está em
discussão pela sua pasta. "Estamos avaliando todas as
possibilidades", disse.
Outra
medida avaliada pela equipe do governo é a distribuição de telas para serem
colocadas nas casas. Castro disse que, a exemplo da distribuição dos
repelentes, ainda não há um consenso sobre o assunto. "Por enquanto,
recomendamos o uso. A distribuição, se acertada, será numa outra etapa",
completou.
Dentro
do ministério, há resistências para a adoção da medidas, em razão do seu
alcance limitado e pela polêmica que a atitude poderá provocar. Não há
garantias de que gestantes de fato usarão o repelente. O raciocínio é o mesmo
para telas de proteção. Para que haja resultados efetivos, seria preciso que a
gestante adotasse outras medidas em conjunto.
Críticos
da proposta afirmam que as duas medidas poderiam enfraquecer a principal
mensagem do governo que é tentar reduzir o número de criadouros do Aedes
aegypti, vetor do zika vírus, da dengue e de chikungunya. Levantamento feito
pelo Ministério da Saúde mostra que, dentre 1.792 municípios, quase 50% (864)
estão em situação de alerta e de risco para as doenças, em razão do alto número
de focos do mosquito.
Defensores
da proposta, por sua vez, afirmam que todos os mecanismos de contenção da
doença devem ser usados, mesmo que de alcance limitado. Um dos argumentos
usados é o de que a distribuição, em vez de desmobilizar, reforçaria a mensagem
de que a situação é grave e que todas as medidas devem ser adotadas para conter
o avanço da microcefalia.
A
má-formação, considerada rara, teve um aumento súbito este ano Até sexta-feira,
foram notificados 1.248 casos da síndrome. Além da explosão do número de casos,
a doença se alastra numa velocidade que impressiona governo e autoridades
sanitárias.
Já
há registros de casos em 302 municípios, distribuídos em 13 Estados e no
Distrito Federal. O problema, que na primeira semana estava restrito a Estados
do Nordeste, já atinge a região Centro-Oeste e o Rio, que tem 13 casos
registrados. Além disso, foram notificadas sete mortes. Uma delas foi
confirmada.
Por
enquanto, o governo sugere que mulheres se protejam contra picada do mosquito
usando repelentes, protegendo suas casas com telas e usando roupas de mangas
longas - algo de difícil execução, sobretudo diante das altas temperaturas do
estado do Nordeste.
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