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Série de atentados deixa rastro de terror na capital francesa

Até o momento, são 129 mortes confirmadas e 352 feridos, sendo 99 em estado grave; Estado Islâmico assumiu autoria das ações e suspeitos começaram a ser capturados na Bélgicada redação, com agências
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A noite de terror vivida por Paris, capital da França na última sexta-feira (13), com sete atentados orquestrados deixou, até o momento, 129 mortos e 352 feridos, sendo 99 deles em estado grave, de acordo com o Procurador-Geral François Molins. "Sete terroristas morreram no curso de suas ações criminosas", afirmou, em uma coletiva de imprensa. Entre as vítimas fatais estrangeiras, são ao menos dois cidadãos belgas, um português, uma americana, dois tunisianos e dois romenos.

O Ministério brasileiro das Relações Exteriores confirmou dois brasileiros entre os feridos nos ataques. Ambos foram atendidos em hospitais franceses e não correm risco de morte. Um deles é o arquiteto Gabriel Sepe, de 29 anos, de São Paulo e estava em Paris a trabalho. Gabriel levou três tiros enquanto jantava com amigos no Le Petit Cambodge, onde 14 pessoas morreram. Ele foi operado e, apesar de ter perdido muito sangue, tem quadro estável e passa bem. A outra vítima brasileira é uma estudante que foi atingida por um tiro de raspão na mão e também passa bem.

Na manhã deste sábado (14) o grupo jihadista Estado Islâmico, ou Daesh, assumiu a autoria dos ataques em um comunicado publicado na internet, afirmando que a França continuará a ser um de seus principais alvos. "Oito irmãos usando cintos explosivos e armados com fuzis atacaram locais cuidadosamente escolhidos, no coração de Paris", afirma o comunicado, publicado em duas versões, em árabe e em francês. "Que a França e aqueles que seguem seu caminho saibam que permanecerão entre os alvos do Estado Islâmico", acrescentou a organização extremista sunita.
Segundo o comunicado, os ataques de Paris seriam uma resposta aos "bombardeios contra os muçulmanos em terras do califado", um termo geralmente utilizado para designar as regiões do Iraque e da Síria controladas pelo EI. A França, que participa de uma coalizão internacional, realiza ataques aéreos contra os jihadistas no Iraque e na Síria.

Além disso, um passaporte sírio foi encontrado junto ao corpo de um dos homens-bomba que agiram no Stade de France, durante a partida amistosa entre França e Alemanha. Segundo registro, o documento deu entrada na ilha de Leros, na Grécia, em outubro, afirmou o vice-primeiro-ministro Nikos Toscas.

Já um dos atiradores que morreram depois de atacar a conhecida casa noturna Bataclan, onde 80 pessoas foram mortas,  tinha nacionalidade francesa e era conhecido por ter ligações com militantes islâmicos, segundo fonte oficial. A mesma fonte disse que o corpo do atirador foi identificado por suas impressões digitais e que ele era do subúrbio de Courcouronnes, no sul de Paris.

Os investigadores de Paris acreditam que três equipes de terroristas conduziram os ataques em Paris, afirmou o promotor Francois Molins.
O presidente da França, François Hollande, afirmou ainda ontem que os atentados da véspera em Paris foram cometidos pelo Estado Islâmico, e declarou três dias de luto em todo o país e apelou por unidade nacional após os “atos de guerra” de “absoluta barbárie” cometidos por um “exército terrorista”. Minutos depois, os jihadistas que atuam no Iraque e Síria reivindicaram a autoria dos ataques por meio de um comunicado na internet.
Já o o primeiro-ministro francês Manuel Valls declarou que a França está em guerra e atacará o Estado Islâmico para destruí-lo."Quero dizer aos franceses que estamos em guerra (...), Sim, estamos em guerra e vamos atuar e atingir esse inimigo jihadista para destruí-lo na França, na Europa, na Síria e no Iraque", afirmou Valls falando à tv TF1. Ele afirmou ainda que a resposta francesa aos ataques de Paris será "do mesmo nível".
CaçadaA polícia belga anunciou que realizou várias detenções em Bruxelas em uma importante operação vinculada aos ataques de Paris, informou um porta-voz do ministro da Justiça belga, Koen Geens, citada pela agência Belga. A porta-voz não deu mais detalhes sobre a quantidade de pessoas detidas ou se estavam no mesmo lugar no momento das detenções. Segundo o tabloide popular belga La Dernière Heure, três dos homens que realizaram os atentados em Paris são oriundos da cidade belga de Molenbeek.

Hoje também, o terminal norte do aeroporto de Gatwick, em Londres, foi esvaziado e um homem foi detido após ser encontrado um pacote suspeito, informou a polícia local. A Grã-Bretanha reforçou as medidas de segurança em seus portos e eventos em resposta aos atentados realizados ontem à noite em Paris.

Na capital francesa, há um forte esquema de segurança também nos hospitais. No Bichat, onde está internado um dos brasileiros feridos, policais armados revistam até mesmo as ambulâncias, que são todas abertas e verificadas. Médicos e pacientes também são submetidos aos controles de segurança.

A Alemanha pediu neste sábado que as pessoas não relacionem os terroristas que cometeram os ataques em Paris aos refugiados que estão chegando à Europa.
França garante realização da Conferência sobre o Clima
A Conferência do Clima em Paris "será realizada" com uma segurança reforçada, apesar dos ataques jihadistas na capital francesa na sexta-feira à noite, declarou neste sábado em Viena o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou sua participação na reunião, segundo indicou à AFP uma autoridade americana, que indicou que não há mudanças no programa anunciado.
"Não, não, a COP21 vai ser realizada", disse Fabius, questionado se a conferência estava ameaçada. A COP21, que se inicia em 30 de novembro com uma cúpula dos chefes de Estado e de Governo, "será realizada com as medidas de segurança reforçadas, mas é absolutamente essencial uma ação contra a mudança climática", acrescentou.
Neste sentido, o controle nas fronteiras da França foi restabelecido algumas horas antes dos atentados, com 30.000 policiais mobilizado para garantir a segurança do território antes da conferência de Paris.
Dezenas de milhares de participantes são esperados nesta ocasião. A conferência termina em 11 de dezembro com um esperado acordo sobre o aquecimento global.
 
Reações
A companhia aérea Air France anunciou neste sábado que manterá a operação de seus voos, mas advertiu que pode haver atrasos pois o processo de controle de identidades foi reforçado.

A Rússia também afirma que não suspenderá seus voos para a França. Por outro lado, a Bélgica orienta que seus cidadãos não viajem caso não tenham urgência. Na Itália, as fronteiras estão sendo reforçadas
'Peace for Paris', um dos símbolos mais compartilhados na web após atentados
O desenho "Peace for Paris" (Paz para Paris), que representa o perfil da Torre Eiffel cercada de um círculo negro, se tornou um dos símbolos mais compartilhados nas redes sociais, após os atentados da sexta-feira na capital francesa. Foi inspirado no símbolo da paz e do famoso "Paz e Amor", dos hippies dos anos 1960. "Estava ouvindo a rádio ontem à noite e minha primeira reação foi desenhar e compartilhar isto", disse à AFP Jean Jullien, um designer francês de 32 anos, que mora em Londres."Foi espontâneo, queria fazer algo que fosse útil para as pessoas", explicou.
"Em vista da violência dos ataques (que deixaram pelo menos 128 pessoas), o símbolo 'Paz e Amor' se impunha. A síntese foi bastante simples com a Torre Eiffel, símbolo de Paris. Os dois símbolos se encaixavam", acrescentou.
Jean Jullien publicou primeiro o desenho em sua página na internet (http://www.jeanjullien.com/) antes de compartilhá-lo em sua conta na rede social Twitter pouco depois da meia-noite. O post enviado de sua conta já foi compartilhado mais de 45.000 vezes.
Lazer e turismo
Lojas de departamentos, grifes tradicionais, museus, torre Eiffel, avenida Champs Elysées: estes emblemáticos símbolos parisienses, disputados por turistas do mundo inteiro, estavam praticamente desertos neste sábado, acertados em cheio pelos atentados da noite de sexta-feira.
Os ataques simultâneos castigaram o centro de Paris, capital que está no primeiro lugar dos destinos turísticos do mundo, em um momento em que o governo fixou a meta ambiciosa de receber 100 milhões de turistas estrangeiros em 2020.
No sábado, os principais museus, entre eles o Louvre e o Palácio de Versalhes, várias salas de espetáculo, como a Ópera, assim como a Eurodisney permaneceram fechados. A Torre Eiffel, símbolo de Paris, não abrirá até nova ordem.
Às 9H30, em frente ao Louvre, apenas 15 pessoas aguardavam a abertura do museu. As grandes lojas abriram as portas. Mas algumas delas decidiram por fim fechar horas depois. Depois de ter manifestado sua "vontade de resistir", as Galeries Lafayette anunciaram em um comunicado que cederiam diante das "dificuldades de garantir uma qualidade de serviço ótima".
Diante das vitrines, já enfeitadas para o Natal, ninguém parava. Os bonecos animados se mexiam para pedestres apressados. Os soldados da sequência de Guerra nas Estrelas pareciam solitários, firmes, com suas armaduras brancas.
Autoridades fecharam a Torre Eiffel e divulgaram que um dos pontos turísticos mais famosos do mundo permanecerá fechado indefinidamente enquanto permanecer o alerta máximo de segurança na capital francesa.
A banda irlandesa U2, que faria dois shows em Paris neste fim de semana cancelou as apresentações, segundo eles, em respeito às vítimas, pois não há clima de festa. A banda Foo Fighters também cancelou as datas dos próximos shows que faria na turnê europeia após os ataques.
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Autor Everaldo Paixão

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