Foram registrados 739 casos suspeitos de microcefalia no Brasil em 2015. O número costumava ser de dez ao ano.
A febre zika, transmitida pelo 'Aedes
aegypti', tem sintomas parecidos com os da dengue: dores nas articulações, no
corpo e de cabeça, febre, náuseas, diarreia e mal-estar.(André Lucas Almeida/Futura
Press/VEJA)
O
Ministério da Saúde confirmou neste sábado (28) a relação entre o vírus zika e
o surto de microcefalia que atinge o Nordeste do Brasil.
O
vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti - o mesmo que transmite a dengue - foi identificado
pelo Instituto Evandro Chagas, de Belém, em exames feitos em uma criança no
Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas.
"A
partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera
confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia", diz o
comunicado do ministério, afirmando ainda que as investigações irão continuar
para esclarecer como é feita a transmissão do vírus, a infecção do feto e o
período em que a mulher grávida está mais vulnerável. Uma análise inicial
aponta para os três primeiros meses de gravidez, de acordo com a nota.
A
revelação foi considerada de extrema importância para o ministério, já que
confirma uma suspeita levantada por pesquisadores pernambucanos desde o início
do surto de microcefalia, no início deste ano. Foram notificados 739 casos
suspeitos de microcefalia no país em 2015.
Mortes - A chegada do vírus zika no
Brasil, no ano passado, não causou grande alarme no setor de saúde do país. A
doença, que causa coceiras e mal estar semelhante a uma gripe, era considerada
uma parente mais fraca da dengue. Apenas após o surto de bebês com microcefalia
é que o Zika vírus passou a chamar a atenção.
O
ministério também confirmou duas mortes causadas pelo zika. O primeiro caso é
de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos
corticoides, morador de São Luís, do Maranhão. O segundo, de uma menina de 16
anos, do município de Benevides, no Pará, que morreu no final de outubro.
As
mortes, causadas por um vírus aparentemente fraco em adultos, causaram surpresa
e serão investigadas pelo ministério. Esta semana, um grupo de técnicos do
Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos, chegam ao Brasil para
participar das investigações, a convite do Ministério da Saúde.
Número de casos dispara - A
microcefalia é uma anomalia que prejudica o desenvolvimento do cérebro dos
recém-nascidos e se caracteriza pela circunferência cefálica inferior a 33
centímetros. O número de casos no país, que costumava fica em dez ao ano,
disparou em 2015 para 399. Os casos foram registrados em Pernambuco (268),
Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e
Bahia (8). A maior parte deles foi identificada nos últimos três meses.
Diante
do avanço, o ministério tornou compulsória a notificação de casos da anomalia
em todo território nacional. Dessa forma, o protocolo para identificação de
bebês com o problema, desenvolvido em Pernambuco, deverá ser usado em todo o
país.
(Com agência Reuters)
0 comentários:
Postar um comentário
Padrão