Juliana Conte
Ainda não se sabe o motivo, mas o estado de Pernambuco vive um aumento no número de casos de microcefalia (malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada). Nesse caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Até o dia 09/11/2015, foram notificados 141 casos suspeitos da malformação em Pernambuco, em 44 municípios do estado. Em média, por ano, o estado registrava dez casos. Crianças e gestantes estão passando por exames clínicos, de imagem e laboratoriais, conforme protocolo definido pelo Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria de Saúde de Pernambuco.
Para dar maior agilidade às investigações, o Ministério da Saúde declarou nesta quarta-feira, 11/11, estado de emergência sanitária nacional em razão do ocorrido. Uma Equipe de Resposta Rápida às Emergências em Saúde Pública da Pasta – formada inicialmente por seis profissionais epidemiologistas – viajou para Recife para apoiar as Secretarias de Saúde do estado e dos municípios nas investigações de campo. O fato também foi comunicado à OMS (Organização Mundial de Saúde) e à Organização Pan-americana de Saúde, conforme os protocolos internacionais de notificações de doenças.
Uma das suspeitas da equipe que investiga a situação é que os casos de microcefalia estejam sendo causados pelo Zika virus. Algumas gestantes apresentaram sintomas comuns a doenças transmitidas peloAedes aegypti, e o aumento dos casos coincide com um surto do vírus em Pernambuco, mas ainda não há nada confirmado.
Sobre a microcefalia
Esse defeito congênito pode ser causado por uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas (incluindo uso de drogas), agentes biológicos (infecciosos), como bactérias e vírus, desnutrição materna e até radiação.
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem não comprometer o desenvolvimento cognitivo. O tipo e o nível de gravidade da sequela variam caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança.
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos para cada fase específica da gravidez, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia.
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