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VISTORIA: Improviso reina nas salas do IML do Recife

Felipe Vieira

fvieira@jc.com.br

Órgão apresenta série de problemas estruturais / Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Órgão apresenta série de problemas estruturais

Foto: Diego Nigro/JC Imagem

No Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, corpos são abertos com facas-peixeiras e costurados com hastes de guarda-chuva improvisadas como agulhas. Na sala de necropsias, o exaustor joga o cheiro insuportável dos cadáveres para a área de velório do Cemitério de Santo Amaro. Sem máscaras adequadas, os funcionários convivem com moscas e com o risco de contaminação por doenças como tuberculose e meningite. Um cenário de horror que o governo do Estado teve três meses para mudar, desde uma reunião realizada no último dia 9 de junho com a Promotoria de Saúde do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), onde foram combinadas adequações no órgão. O prazo expira no final deste mês, sem que haja qualquer indicativo de que o compromisso será honrado.

Na sexta-feira (11), foi a vez de deputados da bancada de oposição na Assembleia Legislativa realizarem uma vistoria no local. Sílvio Costa Filho e Augusto César (ambos do PTB), chegaram acompanhados do presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros. Percorreram todas as dependências do órgão e ficaram impressionados com o que viram. “As condições são ruins. Serviços essenciais, como exames traumatológicos e toxicológicos, estão deixando de ser feitos”, afirma Sílvio Costa Filho.

Em 2013, o IML realizou um total de 8.715 necropsias, o que corresponde a uma média de 23,8 por dia. Em 2014, foram 9.089, média de 24,9 ao dia. “Fazemos, em média, de 10 a 12 diariamente. Mas durante os finais de semana, o número chega a dobrar”, diz um auxiliar de legista, que pediu anonimato. “Tudo isso dentro de um ambiente sujo, fétido e sem os equipamentos adequados”, diz outro auxiliar. Ele comenta que as máscaras com filtro de carvão ativado – para proteger do mau cheiro exalado pelos corpos – estão vencidas há cinco anos. “O filtro precisa ser trocado de seis em seis meses. Ganhamos as nossas em 2010 e nunca houve troca.” Um equipamento para exame toxicológico avaliado em R$ 1 milhão está parado desde abril, culpa de um incêndio provocado pelo curto-circuito de um ar-condicionado.

O governo do Estado informa que estão previstas reformas nas unidades do IML do Recife e de Petrolina, no Sertão, mas não especificou quando serão iniciadas. Também avisa que serão abertos os complexos de Polícia Científica de Caruaru, no Agreste, e Palmares, na Zona da Mata. 

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Foto: Diego Nigro/JC Imagem

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Autor Everaldo Paixão

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