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VIOLÊNCIA: Número de policiais mortos em 2015 chega a 18 / Associação de Cabos e Soldados critica Pacto Pela Vida / Comando Geral da PM divulga nota sobre assassinato do cabo Adriano Batista, morto por um soldado

Estatística aumentou com morte do cabo Adriano, que será sepultado nesta segunda (31/08).

Do JC Online

Adriano foi baleado na viatura pelo colega / Fernando da Hora/ JC Imagem

Adriano foi baleado na viatura pelo colega

Fernando da Hora/ JC Imagem

Subiu para 18 o número de policiais mortos em Pernambuco em 2015. Menos de 24 horas depois do assalto que resultou no falecimento da policial civil Tatiane Ribeiro de Melo, o cabo Adriano Batista da Silva, 41 anos, do 11º Batalhão da Polícia Militar, na Zona Norte do Recife, foi assassinado, baleado na cabeça pelo soldado Flávio Oliveira da Silva, 32, no interior da viatura, às margens do Açude de Apipucos. O sepultamento será nesta segunda (31/08), no Cemitério Parque das Flores, com honras militares. A polícia decretou luto oficial por três dias.

Depois de vários boatos sobre o comportamento conturbado e a saúde mental do acusado, a polícia confirmou que ele já havia passado por cirurgia neurológica e sido atendido em 2013 pelo Núcleo de Apoio ao Dependente Químico, por uso de álcool, e pelo Gabinete de Psiquiatria da corporação, “de onde recebeu alta médica, reabilitando-o para o serviço policial militar.” Flávio estava há seis anos na PM e tinha passado antes pelo 17º (Paulista) e o 19º Batalhão (Boa Viagem). Há 30 dias atuava na nova unidade, no patrulhamento ostensivo.

No local do crime comentava-se que a discussão entre os militares foi sobre quota racial. A respeito da especulação, o comandante da Polícia Militar, coronel Pereira Neto, afirmou em nota que desde 1998 oferece disciplina de direitos humanos. 

CASO APIPUCOS

Associação de Cabos e Soldados critica Pacto Pela Vida


Presidente da entidade diz que comandantes são pressionados a colocar nas ruas até policiais doentes

Do JC Online

A tragédia envolvendo dois policiais militares, na manhã de domingo (30/08), na qual o cabo Adriano Batista da Silva, 41, foi assassinado por um soldado após uma discussão, na viatura em que trabalhavam, na Zona Norte do Recife, acabou gerando novos questionamentos ao Pacto pela Vida, um programa do governo do Estado, lançado em 2007 para reduzir os índices de violência.  Nesta segunda (31/08) o governador Paulo Câmara deve liberar para as ruas 1.117 novos policiais concursados.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos, alega que o acusado são deveria estar trabalhando. “Esse fato poderia ter sido evitado se o soldado estivesse afastado das funções. Há uma pressão por resultados que obriga os comandantes a colocarem nas ruas os militares doentes. Recebi informações de que o solado já tinha apresentado problemas mentais e dependência química”, afirmou, lembrando que há baixa autoestima e as escalas são apertadas por causa da necessidade de serviço. Segundo ele, os PMs são obrigados a produzir  boletins de ocorrência em situações mínimas, desnecessários. “Além disso, há casos de dispensados pelo médico por doença que são obrigados a ir todos os dias ao batalhão. Quem está de licença, em casa, também não pode ser visto na rua, resolvendo um problema seu, que é cobrado pelos superiores”.

Diante da situação, o presidente da Associação de Cabos e Soldados, teme que novos episódios ocorram. Segundo ele, a entidade se solidariza com as duas famílias atingidas. Ao todo, informou, são 20.100 PMs na ativa. Um soldado recebe mensalmente R$ 3 mil brutos, para escalas de 12 por 36 horas ou 24 por 72 horas, segundo a associação. Os militares lutam por 8,7% de correção salarial referentes à inflação. Nesta segunda (31/08) o governador Paulo Câmara deve liberar para as ruas 1.117 novos policiais concursados.

POLÍCIA

Comando Geral da PM divulga nota sobre assassinato do cabo Adriano Batista, morto por um soldado


Corporação informa que as investigações correrão por conta da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP)

Do JC Online

Comandante Geral da PM, coronel Pereira Neto, definiu o crime como fútil e covarde / Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Comandante Geral da PM, coronel Pereira Neto, definiu o crime como fútil e covarde

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Em nota divulgada na tarde deste domingo (30),  o Comando da Polícia Militar de Pernambuco esclareceu a posição da corporação sobre as circunstâncias que envolvem a morte do cabo Adriano Batista da Silva, 41, vítima em serviço de disparo de arma de fogo efetuado pelo soldado Flávio Oliveira da Silva, 32, na manhã deste domingo. flávio trabalhava de patrulheiro na viatura comandada pela vítima.

"O comando Geral da PM esclarece:
O Cb Adriano era responsável pelo patrulhamento ostensivo motorizado nos bairros de Guabiraba/Pau Ferro, com ele trabalhando o autor do disparo e uma policial militar feminino, que presenciou o crime;

- Hoje seria o quarto serviço que a equipe estaria trabalhando junto, não havendo qualquer relato anterior que indicasse desentendimentos entre os componentes da guarnição;

- O Sd Flávio, responsável pelo disparo, tem 6 anos na PM e já serviu no 17º BPM, com sede em Paulista, e no 19º BPM, em Boa Viagem, de onde foi transferido, por permuta, com outro polical para o 11º BPM, em Casa Forte. A permuta é um procedimento administrativo de movimentação de policiais militares para as unidades da Corporação e tem como princípio o interesse das partes envolvidas, sendo o sd Flávio apresentado no batalhão atual no último dia 03 para exercer suas funções policiais militares;

- O tiro fatal aconteceu logo depois que a equipe assumiu o serviço e próximo ao açude de Apipucos, zona Norte do Recife. Na ocasião o Cb Adriano retornaria para a sede do 11º BPM com o objetivo de substituir o suspeito por outro policial, já que entre eles estava havendo, na data de hoje (30), um desentendimento sobre temas ideológicos. Após ser atingida pelo disparo, a vítima, que dirigia a viatura, perdeu o controle da guarnição, que logo, com a intervenção da policial feminino, conseguiu colidir em um poste e outro veículo particular, evitando cair no açude da região. De imediato, a PM, em estado de choque, seguiu correndo para a sede do 11º BPM, distante cerca de 400 metros do ocorrido, onde solicitou ajuda de colegas, que fizeram a prisão do patrulheiro, ainda no local do crime.

O fato, que choca a sociedade Pernambucana e toda família policial militar, tem recebido a atenção do Comando Geral, que já empenhou as equipes de oficiais do Centro de Assistência Social e do setor de Psiquiatria da PM, bem como dos 11º BPM, 17º BPM, 19º BPM e o serviço reservado da Corporação, com o objetivo de entender o que pode ter motivado a solução fútil e covarde com que se deu desfecho deste caso.

Até aqui, o que se sabe é que o sd Flávio já passou por intervenções cirúrgicas neurológicas e no ano de 2013 foi atendido pelo núcleo de Apoio ao Dependente Químico (NADEQ), por uso de álcool, e pelo Gabinete de Psiquiatria da Corporação, de onde recebeu alta médica, reabilitando-o para o serviço policial militar.

No que diz respeito às questões étnico-racial, que se especula, em princípio, ter sido a motivação de uma discussão entre as partes, a PM, desde o ano de 1998, preza nas suas matrizes curriculares a presença da disciplina de Direitos Humanos, com a inclusão de outras disciplinas e matrizes de conhecimento no campo não só profissionalizante como ético nos diversos cursos no âmbito da Corporação, a exemplo do atual Curso de Formação de Soldados, com 1.117 policiais militares, que estudaram a disciplina de Diversidade Étnico Sócio-Cultural. Ainda no ano de 2013 a corporação incluiu no seu quadro organizacional uma diretoria estratégica de Articulação Social e Direitos Humanos (DASDH), que vem promovendo palestras nas diversas unidades da PM.

Já em relação às circunstâncias de como ocorreram o lamentável e trágico episódio, estas serão esclarecidas durante a investigação, que já está em andamento, por conta da autuação em flagrante delito do suspeito, que foi autuado em flagrante delito na sede da Corregedoria da Secretária de Defesa Social, por crime militar, e que segue, agora, para a sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

SEPULTAMENTO - O corpo do CB ADRIANO será enterrado amanhã (31), no cemitério Parque das Flores, em Recife, às 15h. A cerimônia contará com honras militares, que serão realizadas pelo Batalhão de Guarda (BPGd). O Comando Geral determinou luto oficial de três dias em todas as unidades da Corporação.

Coronel Pereira Neto
Comandante Geral"

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Autor Everaldo Paixão

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