Crise da água pode ser abordada pelo Enem
Cenas incomuns no Sudeste, como filas de pessoas para receberem água de caminhões-pipa, deixam o tema em evidência
Para o professor de geografia do Colégio Motivo, Anderson Leineker, o assunto pode ser abordado de diversas formas. “Um deles é o comparativo da atual seca no Sudeste com as secas do Nordeste, já que são regiões de condições climáticas e relevo diferentes.
A seca no Nordeste atinge principalmente o semiárido. O volume anual de chuva atinge, no máximo, de 750 mm a 800 mm por ano - muito pouco se comparado a outras regiões. O Sudeste tem maior dependência das massas de ar úmidas que vêm do sul, mas a cada 12 anos observa-se um fenômeno que é a interrupção da penetração da umidade, que gera seca.
Segundo o Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo, este já é o período com menos chuvas desde 1969. É preciso uma mudança de hábitos e consumo consciente por parte da população.
“Nós que somos do Sertão, nos acostumamos desde pequenos com o uso eficiente da água, sabemos que não podemos desperdiçar”, diz a estudante Maria Eduarda, 17, que pretende cursar medicina e é natural de Serra Talhada.
Outra conexão que o Enem pode fazer são as consequências econômicas e sociais da falta de água. “É importante verificar o impacto econômico no Nordeste. Historicamente, tivemos a condição de migração por causa da água. Outro ponto importante é a queda da produção irrigada. Temos a questão da nascente do Rio São Francisco, que secou. O aluno mais atento pode casar tudo isso com um princípio geográfico chamado conexidade. Todos os fatores físicos são ligados ao humano, a geografia estuda o todo”, explica o professor Leineker.
Dicas para o consumo consciente da água
Se os 19 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo diminuírem a descarga, pelo menos uma vez ao dia, serão economizados mais de 160 milhões de litros/dia.
Só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia. Uma lavadora com capacidade para cinco quilos, em operação completa, gasta, em
média, 135 litros
Considerando a abertura total do registro e um tempo de 15 minutos, um banho de consome, em média, 243 litros de água. Se desligamos a ducha enquanto nos ensaboamos e reduzirmos o tempo para cinco minutos, o consumo cai para 81 litros.
Se, ao escovar os dentes, enxaguarmos a boca com a água do copo, economizamos 3 litros.
Cinco minutos com a torneira aberta gastam em torno de 25 litros, quantidade suficiente para ser consumida por uma pessoa por 12 dias.
Antes de lavar a louça, remova bem os restos de comida de todas as peças e deixe-as de molho, se necessário. Ensaboe tudo, primeiro - mantendo a torneira fechada, claro! -, para depois, então, enxaguar de uma só vez.
Só ligue a máquina de lavar roupa quando estiver cheia. Uma lavadora para cinco quilos gasta, em média, 135 litros.
Evite lavar calçadas, quintais e carros com frequência. Se for inevitável, use balde e vassoura no lugar de mangueira ou vassoura hidráulica.
Fonte: Diário de Pernambuco
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