NOTÍCIAS

As brigas no QG de Marina

Dirigentes do PSB jogam exclusivamente sobre a ex-senadora a responsabilidade pela queda nas pesquisas eleitorais

Mário Simas Filho
000_Mvd6637786.jpg
“Eles fazem tudo errado, não ouvem ninguém e não assumem os próprios erros. Assim fica muito difícil mesmo”. Essa foi a frase proferida na manhã da segunda-feira 29 por um dos principais líderes nacionais do PSB, quando perguntado sobre as seguidas quedas da candidatura de Marina Silva nas pesquisas pré-eleitorais e o fraco desempenho da ex-senadora no debate de domingo à noite. Estava se referindo ao grupo mais próximo de Marina, que não conseguiu criar a Rede (partido idealizado pela candidata) e acabou se abrigando no PSB com as bênçãos Eduardo Campos. O ataque do pessebista traduz com exatidão a guerra instalada entre a Rede e o PSB em torno da candidatura de Marina.
Os dirigentes do partido jogam exclusivamente para Marina e seu grupo a responsabilidade pela queda nas pesquisas. Argumentam que, por quase um ano, Campos construiu uma estratégia de campanha que visava a apresentar ao eleitor uma terceira via e não mais um oposicionista. “O projeto de Campos era mostrar que os avanços obtidos no País são resultado de uma sucessão de políticas. Começou com FHC, passou por Lula, Dilma e agora precisa de uma nova gestão. Não de uma ruptura. Assim como Lula não promoveu rupturas em relação a FHC”, explicou o líder do PSB. “Mas a equipe de Marina ignorou tudo isso e se apresentou como mais uma candidata de oposição. Claro que não iria dar certo. Até ontem ela era do PT e do governo”.
 
O grupo de Marina também não faz mais questão de esconder as divergências. “Ficamos reféns de um programa carregado de lacunas e incoerências. E essa fragilidade programática acabou sendo transferida para a imagem da candidata”, afirmou um dos mais próximos colaboradores da Rede. Outro problema apontado pelos “sonháticos” de Marina é a falta de alianças. “Logo que chegamos, passaram a mensagem de que a Marina atrapalhava as parcerias regionais, mas o que vemos hoje é que o PSB não deixou nada bem costurado e interesses pessoais falaram mais alto do que a estratégia partidária”, diz um deputado ligado à ex-senadora.
 
É nesse clima absolutamente bélico que pessebistas e “sonháticos” precisam encontrar uma solução para tentar estancar a sangria de votos. Aos dois grupos, a candidata afirmou estar cansada e frustrada com a incapacidade de seus aliados de conseguir dar respostas mais duras aos ataques que vem sofrendo. A própria Marina também já avisou que caso passe para segundo turno irá promover profundas alterações no comando da campanha, principalmente na área de comunicação.   
Compartilhar Google Plus

Autor Everaldo Paixão

    Blogger Comentario
    Facebook Comentario

0 comentários:

Postar um comentário

Padrão

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial