ITALO NOGUEIRA
DO RIO
A Secretaria Municipal de
Assistência Social do Rio, quando estava sob comando do deputado federal
Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), pagou 14% a mais pelo cadastro de pessoas aptas a
receber o Bolsa Família, segundo a Controladoria Geral do Município.
O repasse em
excesso refere-se ao convênio sobre o qual Bethlem discute com a ex-mulher,
Vanessa Felippe, em gravações divulgadas pelas revistas "Veja" e
"Época". O diálogo indica que ele recebia até R$ 70 mil por mês de
propina com o serviço.
O PPS na
Câmara dos Deputados protocolou representação contra o deputado na Corregedoria
da Casa. No Rio, a oposição pede uma CPI para investigar os contratos assinados
entre a pasta então comandada por Bethlem e a ONGCasa Espírita Tesloo.
A entidade
foi a contratada para cadastrar famílias aptas a receber o Bolsa Família. A ONG
recebeu R$ 6,1 milhões pelo serviço. Mas, segundo a Controladoria, R$ 858 mil
foram pagos indevidamente.
O convênio
foi celebrado em setembro de 2011 e previa o cadastramento de 408.207 famílias
que, segundo estimativa, estavam aptas a receber o benefício do governo
federal. Pelo serviço, ela receberia R$ 9,7 milhões.
A ONG só
cadastrou 221.039 famílias, 54,2% da estimativa inicial. Apesar disso, recebeu
R$ 6,1 milhões, 63,1% do valor total do contrato.
A Prefeitura
do Rio diz que está verificando as contas. Ao município, a entidade disse que
ainda tem um crédito a receber de R$ 1,5 milhão.
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