Diretório regional do partido apoia Aécio e ensaia candidatura própria no governo do estado
BRASÍLIA - Enquanto o PSB formalizava, neste domingo, a coligação com o PSDB em São Paulo, tendo o deputado Márcio França como vice de Geraldo Alckmin, integrantes do partido do presidenciável Eduardo Campos em Minas Gerais se desdobravam para evitar a debandada de aliados que começou desde que a cúpula do PSB definiu pela candidatura própria no estado. Segundo cálculos preliminares, o PSB poderá perder ao menos dez das 40 candidaturas que teria na coligação mineira. O partido corre contra o relógio - o prazo de convenções termina amanhã - para assegurar um número viável de alianças no estado.
Isso porque uma parcela significativa de integrantes do PSB e de legendas aliadas em Minas, incluindo o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, decidiu romper com Eduardo Campos para permanecer ao lado do tucano Aécio Neves, com quem estiveram aliados há mais de dez anos. O presidente do PSB mineiro, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), – que até pouco tempo também era próximo a Aécio – está à frente da operação para tentar conter os dissidentes em Minas, mas admite enfrentar dificuldades.
– Está havendo um assédio pesado, tanto do lado do PT, quanto do lado do PSDB, para que gente do nosso partido e nossos aliados pulem fora. Estamos conversando, tentando estancar, mas já sabemos que alguns vão sair – disse, ontem, Júlio Delgado, após o congresso do PSB em Brasília, do qual participou Eduardo Campos.
O presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, voltou a criticar Campos pelo que considera uma decisão “de cima para baixo”, sem o aval dos integrantes do PSB no estado. Pestana reforça que o prefeito de Belo Horizonte reafirmou seu apoio a Aécio Neves, apesar da ruptura do PSB com o PSDB em Minas Gerais.
– Márcio Lacerda está apoiando Aécio, assim como a maioria esmagadora dos prefeitos e deputados estaduais do partido. O PSB fez uma opção arriscada, só pensando em palanque para Eduardo Campos, que não tem solidariedade interna. Eduardo está muito perdido, errático. Faz aliança com Lindberg Farias no Rio de Janeiro, com o Alckmin em São Paulo, e rompe com o PSDB em Minas, um estado em que os dois partidos sempre foram parceiros – declara Pestana.
Depois de resolver impasses em relação às alianças no Rio de Janeiro e em São Paulo para formação de palanques que receberão Eduardo Campos na campanha eleitoral, o PSB decidiu, na noite da quinta-feira passada, que o partido terá candidatura própria ao governo de Minas Gerais. O nome escolhido em reunião da executiva mineira foi o de Tarcísio Delgado, pai do deputado Júlio Delgado, inicialmente cotado para a disputa.
O GLOBO
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