NOTÍCIAS

Aproveitando bom momento do Mundial, Dilma fala em ‘Copa padrão Brasil’

Em Santos, presidente diz que brasileiros estão mostrando dentro e fora de campo que são capazes de fazer um grande Mundial

POR 

Ao lado de Haddad e Alckmin, a presidente Dilma Rousseff anuncia investimentos do PAC2 em SP
Foto: Agência O Globo / Marcos Alves
Ao lado de Haddad e Alckmin, a presidente Dilma Rousseff anuncia investimentos do PAC2 em SP - Agência O Globo / Marcos Alves


SANTOS e SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou a agenda nesta quinta-feira no estado de São Paulo e o bom momento do país com a realização da Copa do Mundo - após ter sido xingada durante a cerimônia de abertura do campeonato, no último dia 12 - para enaltecer os feitos brasileiros fora e dentro de campo no Mundial. Em Santos, no litoral paulista, durante o lançamento de investimentos do PAC da Mobilidade Urbana, ela encerrou o discurso afirmando que o país está mostrando que a Copa tem que ser feita no padrão Brasil. Mais cedo, na capital paulista, afirmou, que "sem dúvida nenhuma, essa é a Copa das Copas".

- Eu quero dizer para vocês que a Copa tá sendo um orgulho para nós porque o Brasil e o povo brasileiro estão demonstrando que nós somos capazes fora do campo e dentro do campo de fazer uma Copa como se deve fazer: no padrão Brasil - disse Dilma no discurso, em Santos.
Dilma aproveitou a presença de representantes das federações de futebol do México e da Costa Rica no evento para comentar a participação dos países latino-americanos na competição.

- Aproveitando a presença dos mexicanos e dos representantes também da Costa Rica, os nossos costa-riquenhos, primeiro é uma Copa muito interessante. Eu cheguei à conclusão depois de olhar o resultado desses jogos que é uma Copa da Celac, ou seja, o que é a Celac? São todos os países do México até lá na Patagônia. Porque a quantidade de latino-americanos que têm nessa Copa chances, bons times, é muito grande. É muito bonito ver a América Latina com tanta força. Isso sem se desfazer dos outros países porque nós somos o que recebemos. E temos que receber todos com este calor que o povo brasileiro é capaz. Com essa gentileza, com essa capacidade de procurar a pessoa para ajudar em qualquer circunstância.

Durante o evento, o governo federal anunciou investimentos de cerca de R$ 500 milhões do PAC da Mobilidade Urbana aos municípios da baixada santista. A principal intervenção prometida foi a construção de túnel ligando Santos a São Vicente.

‘COPA DAS COPAS’

Pela manhã, em São Paulo para a cerimônia de assinatura do contrato do financiamento da Linha 6 - Laranja do Metrô e anúncio de investimentos do governo federal na capital, a presidente Dilma Rousseff falou em “Copa das Copas".

- Quero cumprimentar o governador de São Paulo. Nós, em conjunto, demonstramos que somos capazes, perfeitamente capazes, de garantir segurança, qualidade dos estádios e dos aeroportos. E aí temos um grande parceiro, que é o povo deste país, que tem essa imensa capacidade de receber com hospitalidade as pessoas, de serem gentis, encantá-los, e que mostra que tem uma grande autoestima por seu país. Muito orgulho do país e dessa Copa, que hoje, sem dúvida nenhuma, é a Copa das Copas - afirmou a presidente.

Ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), Dilma anunciou R$ 1,98 bilhão de investimentos em mobilidade urbana e R$ 651 milhões em obras de drenagem e saneamento. Os investimentos abrangem, além da capital paulista, Mauá e Ribeirão Pires - as duas cidades da região metropolitana.

Do total de R$ 1,98 bilhão, R$ 1 bilhão será para novos empreendimentos e R$ 988 milhões, que seriam destinados ao município por meio de financiamento público, passarão a ser do Orçamento Geral da União (OGU). Os recursos são do Pacto da Mobilidade Urbana anunciado pela presidente em junho de 2013.

- Essas parcerias entre os três entes mostram o avanço da democracia - falou Dilma. Além do total anunciado em mobilidade, Dilma também liberou R$ 1,7 bilhão - de um total de R$ 5,4 bilhões - de financiamento do BNDES para a construção da Linha 6 - Laranja do Metrô que vai ligar a Brasilândia (Zona Norte) até a estação São Joaquim (Linha 1-Azul), na região central, além de fazer integração com a Linha 4-Amarela e com a CPTM (linhas 7-Rubi e 8-Diamante). A nova linha terá 15,3 km de extensão e 15 estações.

O custo total previsto é de R$ 9,6 bilhões, financiados parte pelo governo e parte por parcerias privadas. A previsão do término é 2020. Dilma afirmou que as famílias desapropriadas para a implantação da nova linha terão prioridade no programa Minha Casa, Minha Vida.

- Nenhuma das famílias impactadas por essas obras que estão em processo de serem reassentadas terão qualquer prejuízo porque elas são prioritárias nos processos do Minha Casa, Minha Vida - disse a presidente.

O contrato assinado hoje libera R$ 1,6 bilhão -por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)- para o início das obras que, de acordo com Alckmin, deverá ocorrer nas próximas semanas.

GENTILEZAS E FARPAS

Próximo do início da campanha eleitoral, Dilma, Alckmin e Haddad trocaram gentilezas e farpas em São Paulo. Haddad classificou a ação conjunta dos três governos de "incomum, inédito e até inusitado para transformar São Paulo em um canteiro de obras específicas".
O prefeito também aproveitou para alfinetar o governador a respeito da crise no abastecimento de água no estado.

- A boa notícia, governador, é que com todas essas obras, nós vamos poder torcer todos juntos para voltar a chover em São Paulo - disse Haddad.

O governador Geraldo Alckmin agradeceu a presidente Dilma pela parceria nos investimentos e a chamou de "mensageira de boas novas para São Paulo".

- Esse é um bom exemplo de que somos todos imunes aos ciclos políticos em benefício da população - falou o governador.

Já Dilma fez críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
- Eu acho que mais mobilidade urbana é algo que tem sido um compromisso do meu governo. Eu tenho perfeita consciência que no passado não se investiu em mobilidade urbana nessa dimensão. No governo do presidente Lula, nós começamos a fazer investimentos em mobilidade urbana e fomos indo e ganhamos escala agora, porque essa questão da dimensão do investimento no Brasil é essencial. Eu sempre conto uma história que é a seguinte: em 2005, o padrão de investimento no Brasil, em saneamento, em todo o Brasil, do governo federal, era algo em torno de R$ 2 bilhões, 2 bilhões e meio, que é algo que se gasta aqui nessa cidade. Valia para o Brasil inteiro.

A presidente também afirmou que, desde que aumentou os investimentos na área, não precisa mais obedecer a "palpites do FMI (Fundo Monetário Internacional)". Em 2005, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil quitou a dívida com o órgão.

- Chegaram para mim e disseram: "Viva! o FMI - isso em 2005 - nos deixou investir 500 milhões de reais." Porque naquela época o FMI deixava ou não. Quando nós pagamos o FMI, ele parou de dar palpite, de deixar ou não. Então, por que hoje nós investimos? Nós investimos o que investimos porque decidimos isso com a nossa autonomia, com a autonomia do governo federal, um governo soberano, que acha que deve investir em mobilidade urbana, em saneamento e em habitação popular.

Jornal O GLOBO
Compartilhar Google Plus

Autor Everaldo Paixão

    Blogger Comentario
    Facebook Comentario

0 comentários:

Postar um comentário

Padrão

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial