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Os ministros enrolados de Dilma e os Ministros que ninguém viu.

Antonio Palocci


O ministro mais poderoso do governo também foi o que menos durou: Palocci caiu em junho de 2011, após sucessivas revelações sobre as nebulosas consultorias prestadas pelo petista quando ele coordenava a campanha eleitoral de Dilma Rousseff e já era visto como futuro ministro da Casa Civil. O patrimônio de Palocci aumentara 25 vezes em um período de quatro anos. O governo tentou blindá-lo, mas a pressão da opinião pública tornou-se insustentável.

Carlos Lupi

Não foi o único a cair por causa de denúncias de corrupção, mas se destacou pela quantidade de irregularidades e pelo cinismo com o qual reagiu ao episódio. Chegou a declarar seu "amor" pela presidente Dilma. Não adiantou: apesar da demora, a demissão veio quando o Comitê de Ética Pública da Presidência recomendou que o ministro perdesse o cargo. 

Pedro Novais

Pedro Novais foi empossado ministro mesmo após a denúncia de que ele utilizou dinheiro da Câmara dos Deputados, para a qual foi eleito deputado, para custear uma farra em um motel de São Luís. Mas Dilma Rousseff não achou o caso suficientemente grave para tirar o cargo do peemedebista. Pedro Novais só caiu em setembro de 2011, depois de uma operação da Polícia Federal que desmontou um esquema de corrupção no ministério e prendeu o número dois da pasta.

Iriny Lopes

Enquanto esteve à frente da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes conseguiu ganhar os holofotes pelos motivos errados: a falta de bom senso da petista a levou a empreitadas como a censura a um comercial de televisão em que Gisele Bundchen aparecia de lingerie, uma tentativa de interferência no enredo de uma novela da TV Globo e a ataques a um quadro do humorístico Zorra Total. Aparentemente, Iriny assistiu a muita televisão e trabalhou pouco.

Antonio Patriota

O ministro das Relações Exteriores perdeu o cargo logo após a fuga do senador boliviano Roger Molina para o Brasil. Molina, perseguido pelo governo de seu país, havia permanecido quinze meses na embaixada brasileria na Bolívia. Com a ajuda de diplomatas brasileiros, ele viajou de carro até a fronteira, onde o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) o aguardava. Patriota disse não ter sido informado da operação, comandada por um funcionário da chancelaria. Mas isso não foi suficiente para garantir-se no cargo.

Maria do Rosário

Nenhum ministro se precipitou com tanta persistência e falta de autocrítica quanto a petista Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos. O padrão era tão destoante que, quando um blogueiro de humor publicou um texto afirmando que Maria do Rosário lamentava a morte de um bandido em um assalto, muita gente acreditou. Mas nem assim ela conseguiu agir adequadamente: reagiu de forma desproporcional e tentou retirar a página do ar. A última atitude inadequada da petisa se deu na semana passada, quando ela emitiu uma nota lamentando o que seria o "assassinato brutal" de um adolescente homossexual em São Paulo. Logo depois, a própria família reconheceu que ele havia se suicidado.
Os ministros que ninguém viu

Tereza Campello

A ministra do Desenvolvimento Social comanda o principal programa do governo, o Bolsa Família. Mas teve um desempenho apagado desde o início do mandato. Em maio do ano passado, enfim, surgiu a oportunidade de demonstrar capacidade de eficiência: boatos levaram milhares de pessoas a agências da Caixa Econômica Federal. Os rumores eram que o Bolsa Família seria extinto. De Tereza Campello, esperava-se uma reação frme. Mas a ministra não se incomodou: saiu de férias.

Moreira Franco

No início do governo, o peemedebista foi alocado na Secretaria de Assuntos Estratégicos, criada anos antes pelo governo Lula para acomodar Roberto Mangabeira Unger. Sem qualquer poder efetivo, o ministro de Dilma passou em branco todo o seu período à frente da pasta. Em março de 2013, foi realocado para a Secretaria de Aviação Civil. Ninguém sabe dizer se isso foi castigo ou promoção.

Luiz Sérgio

O caso é parecido com o de Moreira Franco: Luiz Sérgio conseguiu mostrar sua opacidade em duas pastas distintas. Ele começou o governo como ministro das Relações Institucionais. Sem poderes para negociar em nome da presidente, virou chacota entre os parlamentares. Foi realocado para o Ministério da Pesca. De lá, acabou desalojado quando Dilma Rousseff resolveu dar um cargo ao PRB, de Marcelo Crivella.

Pepe Vargas

Ele assumiu o cargo em março de 2012, depois que Afonso Florence foi demitido por mau desempenho. Mas, ofuscado pelo Ministério da Agricultura e sem grande autonomia para implementar programas de reforma agrária, não conseguiu tirar a pasta da irrelevância.

Marcelo Crivella

Justiça seja feita. Marcelo Crivella tem cumprido exatamente a missão que o levou ao governo: garantir ao PRB, controlado pela Igreja Universal, uma fatia da Esplanada dos Ministérios. Em troca, o partido mantém o apoio ao governo Dilma. Já a Pesca propriamente dita é um detalhe. "Não sei colocar minhoca em anzol", confidenciou Crivella. Sorte que os pescadores nunca dependeram dos burocratas para sobreviver.
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Autor Everaldo Paixão

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