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Campos quer lucro mínimo para empresário em privatizações, diz aliado

NATUZA NERY

DE BRASÍLIA - FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO

O deputado Márcio França (PSB-SP), braço direito do governador Eduardo Campos (PSB-PE) nos temas políticos, atacou fortemente o modelo de interlocução do governo Dilma Rousseff com o setor privado e revelou uma proposta do presidenciável para se contrapor à petista junto a empresários.
"Enquanto a Dilma quer taxar o lucro do empresário, a gente quer garantir a ele um lucro mínimo para que confie no projeto e decida investir", disse França à Folha. Segundo o congressista, um dos cotados para coordenar a campanha de Campos ao Palácio do Planalto, a proposta já constitui o alicerce da futura plataforma eleitoral do pernambucano na área econômica.

Ela prevê que, nos contratos de concessão e nas parcerias público-privadas, a União dê garantias de remuneração mínima ao empreendimento por meio de títulos públicos. A garantia de retorno é um dos princípios das parcerias público-privadas, mas não no caso das concessões, em que a empresa arca solitariamente com os riscos do investimento.
Segundo a Folha apurou, Campos tem defendido a proposta nos encontros com empresários, sobretudo aqueles ligados às áreas de rodovias, portos e ferrovias, setores contemplados com o programa federal de concessões. São justamente os representantes dessas áreas aqueles que mais criticam a tentativa da equipe de Dilma Rousseff de limitar o lucro dos empresários nos editais públicos.


Deputado Márcio França (PSB-SP), no centro da foto, é um dos cotados para coordenar a campanha de Campos ao Palácio do Planalto
Deputado Márcio França (PSB-SP), no centro da foto, é um dos cotados para coordenar a campanha de Campos ao Palácio

O governo nega essa disposição, mas, durante as discussões internas para construir os modelos regulatórios nesses setores, o Executivo teve de elevar diversas vezes a taxa de retorno ao investimento para tornar os negócios atrativos. França também rebateu críticas da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, após Eduardo Campos atacar a falta de interlocução da administração Dilma com o setor agrícola.
"A agricultura do governo é tão desprestigiada que tem de colocar a Gleisi para defender as ações do governo no setor. Se fosse verdadeira a boa relação do governo com o agronegócio, seria o ministro da pasta, não ela, quem responderia", disse o congressista. Em seguida, alvejou a própria presidente da República, de quem era aliado até alguns meses atrás, fazendo referência a seu estilo.
"Este governo é uma orquestra que só tem a maestrina balançando os braços e os músicos olhando, parados, para não levar bronca. É mais fácil mudar o governo do que mudar o comportamento centralizador da Dilma. Até Lula, que é o craque do convencimento, já desistiu".
Os ataques de lado a lado se avolumaram muito nos últimos dias. Enquanto Dilma orientou sua equipe a não deixar nenhuma crítica pesada sem resposta, Campos elevou o tom contra o governo após verificar, em pesquisas, que mais da metade da população tem algum grau de simpatia por mudança nas eleições de 2014, adotando um figurino mais oposicionista.

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Autor Everaldo Paixão

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