O PSB de
Eduardo Campos venceu o primeiro turno. Agora, ele precisa decidir se continua
com Dilma ou disputa a Presidência
O fato é
que as movimentações de Eduardo acenderam um alerta no Palácio do Planalto. Na
terça-feira passada, em reunião com ministros sobre o resultado das eleições,
Dilma Rousseff avaliou que já é mais provável ter o governador como adversário
do que como aliado em seu palanque de 2014. Por isso, ela decidiu ter uma
conversa franca com ele e com o governador do Ceará, Cid Gomes, logo após o
segundo turno. Dilma perguntará a eles se o PSB pretende apoiar sua reeleição.
Se a resposta for positiva, ela oferecerá ao partido dois ministérios de
primeira grandeza - um deles deverá ser o dos Transportes. Se Eduardo hesitar
ou disser não, á presidente entenderá isso como um sinal de rompimento político
- e tirará o partido do comando da Integração Nacional e dos Portos,
ministérios que ocupa hoje. "A presidente vai trucar o Eduardo. Ele vai
ter de deixar claro qual é o seu projeto. A ideia é que em 2013 o ministério
seja composto só dos partidos que estiverem no palanque dela em 2014",
afirma um ministro.
Dilma quer manter o PSB como aliado, pois vê na
candidatura de Eduardo um obstáculo a dificultar sua reeleição. Os socialistas
têm muita força no Nordeste, região tradicionalmente dominada pelo PT em
eleições presidenciais. Aécio Neves, o provável candidato do PSDB, entraria na
disputa como favorito em Minas Gerais, outra área cara ao PT. O governo aposta
que mais dois candidatos estarão na numa eletrônica: Marina Silva, que em 2010
teve quase 20 milhões de votos e está formando um novo partido, e Marcelo
Freixo, do PSOL, que na semana passada recebeu 30% dos votos para prefeito do
Rio de Janeiro. Com tantos candidatos tirando votos do PT, Dilma |seguiria
favorita, mas a possibilidade de a eleição ter dois turnos seria maior. E,
nesse caso, é provável uma aliança entre Eduardo Campos e Aécio Neves no turno
final - hipótese cogitada com temor no Palácio do Planalto. O sonho de consumo
do PSDB é atrair Eduardo para ser vice na chapa de Aécio, unindo o eleitorado
do Nordeste e o de Minas Gerais. Os dois políticos são amigos e trabalharam em
conjunto pela eleição de Mareio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte. Além
disso, há outras alianças importantes entre tucanos e socialistas, como em São
Paulo e no Paraná. Apesar desses fatores de aproximação, Eduardo já avisou que
descarta a hipótese. Se for para romper com o PT e o governo, será para lançar
sua própria candidatura e não para apoiar Aécio. Ele considera que, mesmo se
perder em 2014, fortalecerá seu partido e seu nome, tomando-se mais competitivo
em 2018.
Fonte: Revista Veja
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