A Juíza Maria
Margarida de Souza Fonseca, do 2º Juizado Criminal da Capital, rejeitou a
Queixa-Crime ajuizada pela empresa Moura Dubeux, uma das sócias do Novo Recife
e que figura entre as doadoras de campanha do atual prefeito do Recife, Geraldo
Júlio, do PSB, em decisão datada de 02 de junho de 2015, da qual a blogueira
foi intimada somente hoje (26/09).
A magistrada
decidiu assim: "Diante dos elementos trazidos à análise, rejeito a
queixa-crime de fls. 23/26, e de conseguinte, determino-lhe o
arquivamento."
A empreiteira foi
personagem de recente matéria produzida pelo Portal Marco Zero onde foi
revelado o modo com que um de seus diretores costuma tratar magistrados e
autoridades. Vejam a matéria bastante elucidativa da Marco Zero:
"Quase uma década depois, a medida cautelar inominada 0012548-03.2006.4.05.8300, classe 148, deixou de ser notícia para se tornar um valioso documento que atesta o modo como os empresários da construção civil exercem o poder sobre as autoridades e dá a exata medida de até onde vai sua disposição.
Ao redigir seu despacho o juiz Ourem enumerou cada
informação. A sequência que vai do item 21 ao 34 talvez ajude a explicar tanto
o silêncio da mídia quanto a aura de lenda adquirida pela sentença. Em 13
parágrafos, o magistrado relata, com riqueza de detalhes, como o empresário
Gustavo Dubeux, sócio da Moura Dubeux, uma das maiores construtoras do
Nordeste, o pressionou e o ameaçou, como no item 31:
“A resposta
que tive foi a de que ele possuía muitos meios, pois era uma pessoa de forte
influência política em vários setores da sociedade pernambucana, e que me faria
sofrer o peso das suas relações sociais.”
Felizmente, para nós que teimamos em exercer nossa cidadania, em uma cidade onde ser cidadão é um crime de lesa-empreiteiros, esses senhores que se arvoraram, com a cumplicidade dos inquilinos do poder, de donos e senhores do espaço urbano, diante de juízes como a Dra. Maria Margarida de Souza Fonseca e o Dr. Helio Ourem, ainda podemos dizer a velha frase do moleiro que ousou confrontar o rei da Prússia: "Ainda há juízes em Berlim".
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